Murilo Ramos
Época
Época
Um dos personagens centrais da delação premiada
do operador Lúcio Funaro é Altair Alves Pinto, ex-assessor do
ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Em um dos trechos
da delação, Funaro afirma saber que o presidente Michel Temer recebia
propina porque “o Altair comentava que tinha de entregar para o Michel”.
Altair é tão importante que os advogados de
Cunha vão propor à procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
incluí-lo como colaborador ao lado do peemedebista. Cunha cita Altair
como testemunha para as entregas em dinheiro vivo para operadores de
Temer.
MAIS DENÚNCIAS – O delator
Lúcio Bolonha Funaro afirmou em sua delação premiada que o presidente
Michel Temer, a pedido do ex-deputado Eduardo Cunha, articulou audiência
de Ivo Lodo e José Augusto Ferreira dos Santos, acionistas do banco
BVA, com o então presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. O
episódio ocorreu quando Temer era vice-presidente e a instituição
financeira estava prestes a entrar em liquidação, ato consumado em junho
de 2013. O ex-presidente do BC não respondeu aos questionamentos da
coluna Expresso sobre o pedido de Temer para receber os representantes
do BVA.
Em nota, o Banco Central informou que “o BVA
sofreu, conforme ato expedido pelo então presidente do BC, intervenção
em outubro de 2012 e foi liquidado em 19 de junho de 2013, em razão do
comprometimento de sua situação econômico-financeira e grave violação
das normas que disciplinam sua atividade, atestando a existência de
passivo a descoberto e inviabilidade de normalização dos negócios da
empresa. Seus ex-administradores foram punidos com multas e inabilitação
pelo Banco Central”.
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