Rodolpho Chiarelli, que é do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), é sócio da SCR Consultoria de
Segurança e Investigações, que foi contratada pelo grupo J&F, dos
irmãos Joesley e Wesley Batista.
A Polícia Federal investiga o elo da empresa com
a contratação de dois policiais civis de São Paulo que faziam a
segurança particular de Joesley, quando ele prestou depoimento a
investigadores da Operação Bullish, em 16 de junho, e na confecção de
dossiês e investigações para a delação premiada dos irmãos Batista – que
será revista no Supremo Tribunal Federal (STF). O dois policiais foram
interrogados e a JBS já entregou informações sobre a contratação dos
seguranças.
Em maio de 2016, ele participou da prisão de
Silvonei José de Jesus Souza, condenado por extorquir a primeira-dama.
Na época, Temer era vice-presidente e o secretário de Segurança Pública
de São Paulo era Alexandre de Moraes, que foi nomeado ministro da
Justiça e agora é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo
confirmou que a SCR tem Rodolpho como sócio e “possui relação comercial
na área de assessoria/consultoria em segurança empresarial com a
J&F.”
Grampo. O nome “Rodolfo” foi citado em conversa
interceptada pela Polícia Federal, na Operação Patmos, desdobramento da
delação dos executivos da JBS, deflagrada em 18 de maio, pela PGR, que
teve como alvos principais o presidente, Michel Temer, e o senador Aécio
Neves (PSDB-MG). A PF não confirmou ainda se a citação é referente ao
delegado.
No diálogo, o diretor de Relações Institucionais
da JBS Ricardo Saud conversa com um interlocutor de nome Rodolfo sobre
um relatório a ser produzido sobre o coronel João Baptista Lima Filho, o
amigo de Temer suspeito de ter recebido propinas do grupo em nome do
presidente.
A PF registrou, em documento sobre as
interceptações, que Saud tem viajado constantemente para tratar de
assuntos sobre o acordo de delação e citou a conversa de 20 de abril de
2017 com “Rodolfo”. Fala-se de “um relatório” mencionando o “nome Yunes”
– outro amigo de Temer – e “solicita que Rodolfo informe que confirmou
que no endereço funciona um escritório ligado àquela pessoa.” A pessoa
seria o coronel Lima Filho, mostra a transcrição da conversa anexada
pela PF.
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