- 26/09/2017
Uma triangulação financeira
envolvendo um banco, uma faculdade e dinheiro da aposentadoria de
funcionários dos Correios serviu para bancar aulas do ministro Toffoli.
O ministro do Supremo Tribunal Federal José
Antonio Dias Toffoli recebeu em 2011 R$ 350 mil de uma empresa para dar
aulas, cerca de R$ 100 mil a mais que o valor de um ano inteiro de
salário líquido como ministro da suprema corte brasileira no período.
O pagamento foi revelado em depoimento na
Justiça Federal do Rio de Janeiro, prestado em abril deste ano por uma
testemunha que revelou as finanças do grupo Galileo. Essa empresa, que
hoje tem seus ex-diretores respondendo a uma ação penal, foi responsável
pela Universidade Gama Filho, que foi descredenciada pelo Ministério da
Educação.
Vale dizer que o ministro não é investigado e magistrados podem dar aulas, mas o valor dado a Toffoli mostra mais um aspecto pouco transparente do Judiciário brasileiro, uma vez que ministros podem receber, graças ao cargo, altos valores para dar aulas em faculdades privadas, a ponto do Supremo nem ser a principal fonte de renda do magistrado.
Apesar disso, não há qualquer prestação de contas sobre essas negociações privadas, mas que envolvem magistrados.
O depoimento em vídeo, obtido pelo BuzzFeed News, cita duas situações envolvendo o ministro Toffoli.
Trata-se da operação Recomeço, que chegou a
prender diretores do Galileo em junho do ano passado. De acordo com o
Ministério Público Federal, a Galileo recebeu R$ 100 milhões como
investimento dos fundos de pensão de funcionários dos Correios
(Postalis) e Petrobras (Petros) e, mediante fraudes, desviou o dinheiro
recebido.
Leia a matéria completa no Buzzfeed Brasil
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