- 23/09/2017
Dirigentes petistas desejam que a ex-presidente
Dilma Rousseff altere seu domicílio eleitoral e dispute as eleições de
2018 como candidata ao Senado em Minas Gerais. A mudança teria de
ocorrer até o dia 7 de outubro deste ano, pelo calendário eleitoral.
Entre os argumentos, está a vitória que Dilma teve na disputa
presidencial de 2014 naquele estado enfrentando Aécio Neves (PSDB),
titular de uma das duas vagas no Senado que está em disputa e que ainda
não decidiu se buscará a reeleição. Atualmente, a ex-presidente tem
domicílio eleitoral no Rio Grande do Sul.
A ida de Dilma para Minas foi defendida ao
GlLOBO por petistas mineiros e gaúchos, além de outros integrantes da
executiva do partido. Petistas afirmam que teria aumentado a disposição
dela de disputar uma vaga de senadora, mas ela ainda resiste a alterar o
domicílio eleitoral.
A ex-presidente enfrentaria dificuldades no Rio
Grande do Sul. O senador Paulo Paim (PT) é titular de uma das vagas em
disputa e é tido como um candidato forte para a reeleição. Ocupar a
outra vaga ao Senado com Dilma na chapa dificultaria para o PT a
composição com outras forças políticas para a disputa no estado. Além
disso, a ex-presidente não aparece em boa posição nas pesquisas em que
seu nome foi testado.
Em Minas, porém, diversos fatores positivos se
aglutinariam. Pesquisa feita recentemente indica uma viabilidade maior
da candidatura. A possibilidade de ter um novo enfrentamento direto com
Aécio poderia motivar a militância. Em 2014, Dilma venceu o segundo
turno em Minas com uma diferença de 550 mil votos. Além disso, ela
disputaria a eleição tendo um amigo na chapa, o atual governador
Fernando Pimentel, que deve buscar a reeleição. Um dos principais
aliados de Pimentel, o deputado estadual Rogério Correia destaca o
desejo da mudança entre os mineiros.
– O PT nunca elegeu um senador aqui em Minas. Para nós seria uma honra tê-la como candidata – afirmou Correia ao GLOBO.
Dilma nasceu em Minas Gerais e morou em Belo
Horizonte até a juventude, quando foi perseguida e presa na ditadura
militar. Ela partiu depois para Porto Alegre, onde se estabeleceu e fez
carreira política atuando como secretária na prefeitura e no governo
estadual. Dilma, porém, nunca chegou a disputar um cargo eletivo no
estado.
Diante das dificuldades do cenário gaúcho,
chegou-se a cogitar no PT uma mudança do domicílio da ex-presidente para
o Rio. A mãe de Dilma tem um apartamento na capital fluminense e a
ex-presidente tem se dividido entre a cidade e Porto Alegre. Essa ideia,
porém, não avançou porque Lindbergh Farias é titular de uma das vagas
em disputa para o Senado e ainda não decidiu se partirá para a
reeleição.
A ex-presidente só poderá ser candidata em 2018
porque o Senado decidiu fatiar a votação do impeachment no ano passado.
Assim, ela permaneceu habilitada a ocupar cargos públicos e disputar
eleições, diferente do que ocorreu com Fernando Collor em 1992. A ideia
de uma candidatura passou a ser cogitada com o passar do tempo e no PT
há a avaliação de que a eleição dela para o Senado seria importante para
reforçar o discurso do partido de que o impeachment teria sido um
“golpe”.
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