segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Sócio da Engevix diz que valores pagos a José Dirceu não eram ilícitos Gerson de Mello Almada prestou depoimento à Justiça na sexta-feira (29). Ele é réu no processo da Lava Jato que apura a participação de Dirceu.

Thais Kaniak 01/02/2016 19h19 - Atualizado em 01/02/2016 19h33Do G1 PR
Gerson de Mello Almada, da Engevix, explica importância do dirigível desenvolvido em São Carlos (Foto: Divulgação/Engevix)Gerson Almada prestou depoimento à Justiça na
sexta-feira (29) (Foto: Divulgação/Engevix)
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, Gerson de Mello Almada – que é um dos sócios da empreiteira Engevix – afirmou que os pagamentos da empresa feitos ao ex-ministro José Dirceu não eram relacionados a contratos da Petrobras.
Almada e José Dirceu foram ouvidos pelo juizSérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, na sexta-feira (29), mas os vídeos da audiência foram disponibilizados apenas nesta segunda (1º).
O executivo disse que José Dirceu prestou consultoria à Engevix para que a empresa expandisse os negócios no exterior. Porém, segundo Almada, a construtora não ganhou nenhum contrato e não ampliou nenhum negócio em função aos serviços prestados pelo ex-ministro: "Não, não ganhamos nada", afirmou ao juiz. Os serviços foram prestados entre 2008 e 2011.
Almada também afirmou à Justiça que não tinha conhecimento do pagamento de propina a Renato Duque.O executivo já foi condenado a 19 anos de prisão por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Almada recorre em liberdade. Ele ainda é réu na ação penal que apura a participação de José Dirceu no esquema de corrupção na Petrobras. Foi neste processo que os dois foram ouvidos na sexta-feira.
Indicação de Duque
Enquanto José Dirceu negou ter indicado Renato Duque para o cargo de diretor de Serviços na petrolífera, Almada disse ter conhecimento – por meio do lobista Milton Pascowitch – de que Duque tenha sido indicado pelo PT.
Pascowitch é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador de propina da construtora Engevix. Ele também é réu no processo que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O lobista é delator da Lava Jato.
O ex-ministro disse que só conheceu Renato Duque depois que ele já era diretor de Serviços da Petrobras e relacionou o nome de Duque aoPSDB, mas não disse taxativamente que a indicação para o cargo tenha sido feita por tucanos.
Renato Duque foi preso, pela segunda vez na Operação Lava Jato, em meio à 10ª fase, deflagrada em março de 2015. Ele é acusado de participar do esquema de pagamento de propina para servidores, agentes políticos e partidos. Duque já foi denunciado oito vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) e condenado a mais de 20 anos de prisão. 
O ex-diretor de Serviços da Petrobras e José Dirceu estão detidos no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana deCuritiba.

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