O publicitário João Santana e a mulher dele, Monica Moura, presos na 23ª fase da Operação Lava Jato, devem prestar depoimentos à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (24). Eles estão detidos em Curitiba e cumprem prisão temporária até sábado (27). A polícia investiga o recebimento de US$ 7,5 milhões em offshores pagos por um suposto operador de propina do esquema da Petrobras, e de uma offshore ligada à Odebrecht.
O casal estava na República Dominicana trabalhando em uma campanha eleitoral e se entregou à PF na terça-feira (23). O mandado de prisão pode ser prorrogado por mais cinco dias ou, caso achem necessário, as autoridades também poderão solicitar a conversão da prisão para preventiva, quando não há prazo para que o investigado deixe a carceragem.
Esta etapa da Lava Jato é chamada de Operação Acarajé, que era o nome usado pelos suspeitos para se referirem ao dinheiro irregular. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.
Uma das principais linhas de investigação são os repasses feitos pela Odebrecht, que também é investigada pela Lava Jato, ao marqueteiro.
Segundo relatório da PF, João e a mulher ocultaram das autoridades os recursos recebidos no exterior porque tinham conhecimento da "origem espúria" deles.
Esse dinheiro foi escondido, conforme o relatório, mediante fraudes e "com a finalidade exclusiva de esconder a origem criminosa dos valores, que, como se viu, provinham da corrupção instituída e enraizada na Petrobras".
A suspeita é de que, usando uma conta secreta no exterior, o publicitário teria recebido dinheiro da Odebrecht e do engenheiro Zwi Skornicki, representante oficial no Brasil do estaleiro Keppel Fels, segundo o Ministério Público Federal (MPF). De acordo com as investigações, Santana recebeu US$ 7,5 milhões em contas no exterior.
Desse total, US$ 3 milhões teriam sido pagos de offshores ligadas à Odebrecht , entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. O engenheiro também foi preso na 23ª fase. Ele é apontado como operador do esquema.
Nesta segunda (22), o juiz federal Sérgio Moro pediu o bloqueio de R$ 25 milhões de João Santana e de R$ 25 milhões de Mônica Moura.
A defesa do marqueteiro João Santana, representada pelo advogado Fábio Tofic, afirmou que todos recursos em contas do exterior do marqueteiro provêm, exclusivamente, de campanhas feitas em outros países. Segundo a defesa, "nenhum centavo" é de campanha brasileira.
Marqueteiro do PT
O publicitário foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.
O publicitário foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.
Investigadores suspeitam que ele foi pago, por serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores (PT), com propina oriunda de contratos da Petrobras.
Veja a situação dos investigados até a manhã desta quarta-feira:
Estão presos:
- João Santana - marqueteiro do PT - prisão temporária;
- Monica Moura - sócia e mulher de João Santana - prisão temporária;
- Zwi Skornicki - engenheiro apontado como operador do esquema- prisão preventiva;
- Benedicto Barbosa - diretor-presidente da Construtora Norberto Odebrecht (CNO) - prisão temporária;
- Vinícius Veiga Borin - administrador de uma consultoria financeira ligada à offshore da Odebrecht - prisão temporária;
- Maria Lúcia Guimarães Tavares - funcionária da Odebrecht - prisão temporária; Fernando Migliaccio - ex-funcionário da Odebrecht - prisão preventiva - preso na Suíça, segundo o MPF.
- João Santana - marqueteiro do PT - prisão temporária;
- Monica Moura - sócia e mulher de João Santana - prisão temporária;
- Zwi Skornicki - engenheiro apontado como operador do esquema- prisão preventiva;
- Benedicto Barbosa - diretor-presidente da Construtora Norberto Odebrecht (CNO) - prisão temporária;
- Vinícius Veiga Borin - administrador de uma consultoria financeira ligada à offshore da Odebrecht - prisão temporária;
- Maria Lúcia Guimarães Tavares - funcionária da Odebrecht - prisão temporária; Fernando Migliaccio - ex-funcionário da Odebrecht - prisão preventiva - preso na Suíça, segundo o MPF.
Ainda não foi detido:
- Marcelo Rodrigues - suposto operador do esquema - prisão temporária.
- Marcelo Rodrigues - suposto operador do esquema - prisão temporária.
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