Delfim Netto diz que a Operação Lava Jato é impertinente no curto prazo, mas vai aumentar o potencial de crescimento do Brasil
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Para Delfim Netto, a Operação Lava Jato é desconfortável a curto prazo, mas aumentará o potencial de crescimento do país. "A Lava Lato é um ponto de inflexão na história do Brasil. Pode ter causado uma perturbação aqui e ali, mas daqui 5 anos o Brasil vai ter condições de crescer 1 a mais por centro por ano por causa dela", diz o ex-ministro da Fazenda, em entrevista durante o evento "Rumos da Economia", promovido pela RedeTV, na manhã de terça-feira (23), em São Paulo.
"É um momento inconveniente, de dificuldades, mas tem em si a semente do crescimento melhor", disse Delfim, de 87 anos. Segundo a revista Exame, o professor de economia política na Universidade de Harvard, Dani Rodrik, disse algo muito parecido, em um debate no Mercatus Center, nos Estados Unidos.
"Quando você olha para o que está acontecendo, por um lado é chocante que haja uma corrupção tão generalizada na Petrobras e que parece ter chegado até lá em cima. Por outro lado, quando você olha como eles lidaram com a situação, é incrivelmente impressionante. É algo que mesmo em um país avançado você não imaginaria acontecer: todos esses promotores e juízes de fato seguindo o Estado de Direito", afirmou o professor.
Rodrik declarou ainda que isso demonstra a formação de um senso real de responsabilização e que o Brasil era o país mais subestimado pelos investidores atualmente: "Eu apostaria no longo prazo no Brasil (...) Pelo menos vocês estão lidando com essas coisas. Estão tentando superá-las. Talvez não seja 5 anos... talvez vocês descubrem outras coisas acontecendo. Mas minha recomendação é que vocês se orgulhem de ter um sistema que está de fato tentando limpar as coisas. Isso é realmente raro. Não está acontecendo na Turquia. Não está acontecendo na Tailândia. Não está acontecendo na maior parte dos países em desenvolvimento que eu conheço. Neste sentido, o Brasil é exemplar", concluiu o especialista.
Na terça (23), a Operação Lava Jato começou sua 23ª fase, a Operação Acaraje, com foco no marqueteiro João Santana, que voltou da República Dominicana e foi levado para Curitiba onde ficará preso pela Polícia Federal.
Santana foi o responsável pela campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e está sendo acusado de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior provenientes do esquema de corrupção na Petrobras por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil.
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