sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Parece, mas não é. Polícia prende quadrilha de europeus que vendia produtos falsos no DF.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Oito pessoas foram detidas em Águas Claras no início da manhã desta sexta-feira (26/2). Grupo atuava na vizinhança de endereços nobres, como shoppings, tribunais e até do Palácio do Buriti


Uma organização criminosa formada por estelionatários europeus foi alvo de uma operação da Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (26/2). Doze mandatos de prisão temporária  e seis de busca e apreensão são cumpridos por agentes da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf). Eles vendiam mercadorias falsificadas como se fossem originais.
Oito pessoas foram detidas em Águas Claras, a cidade escolhida pela maioria do grupo para fixar residência. De acordo com a Polícia Civil, o grupo aplicava golpes não só no DF, mas em todo o Brasil. Os integrantes sempre estavam bem vestidos e com carros importados como BMW e Mercedes.
Eles costumavam abordar as vítimas em locais que circulam pessoas de alto poder aquisitivo, como shoppings, porta de escolas, tribunais de Justiça e até mesmo na vizinhança do Palácio do Buriti.
“Eles se apresentavam como empresários e representantes de marcas importadas como Mont Blanc e Ralph Lauren. Diziam que não podiam voltar com o produto para o país porque a taxa de impostos da Europa é alta”, explicou o titular da Corf, Jeferson Lisboa.
O delegado também ressaltou a importância de as vítimas registrarem ocorrência. “Muitas vezes, a pessoa compra o produto e fica com vergonha ao descobrir que é falsificado. Ao registrar a ocorrência, garantimos que eles fiquem mais tempo detidos”, explicou. Lisboa estima que 20% dos alvos da quadrilha deixaram de se apresentar à delegacia.

Golpe do português
O golpe aplicado em Brasília não é novidade em algumas regiões do país. Dezenas de pessoas já foram presas por aplicar o chamado “golpe do português”.
Em 24 de julho de 2015 um casal foi preso no Paraná. Em outubro do mesmo ano três foram detidos em Curitiba. No Distrito Federal, mensagens de alerta estavam circulando no WhatsApp (confira abaixo). O caso relatado por uma mulher ocorreu no estacionamento do Colégio Pio Xll, na Asa Sul.

“Sempre que a polícia prendia alguns integrantes em um estado, eles se reuniam e mudavam para outro local. Aqui no DF, conseguimos prender todo o grupo”, ressaltou Jeferson Lisboa.
As investigações apontam que alguns carros importados usados para impressionar as vítimas eram alugados. Outros eram financiados com o dinheiro dos golpes. Os integrantes das quadrilhas moravam em apartamentos alugados em Águas Claras e ostentavam lucros milionários, segundo a Corf. A quadrilha é monitorada pela polícia desde o fim do ano passado.
Em Brasília, foi identificado e preso um homem apontado como distribuidor. Informações preliminares apontam que os produtos eram comprados em São Paulo.
Na operação desta sexta, alguns dos presos estavam com crianças. O delegado explicou que se os pais permanecerem detidos, o Conselho Tutelar será acionado.

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