A Polícia Federal (PF) deflagrou a 23ª fase da Operação Lava Jato nesta segunda-feira (22). Um dos alvos desta etapa, chamada de Operação Acarajé, é o publicitário baiano João Santana, que foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.
Há mandado de prisão temporária (de 5 dias de duração, prazo que pode ser prorrogado) expedido contra Santana, mas ele está no exterior e não foi preso. Segundo a assessoria dele, o publicitário está na República Dominicana. Também foi decretada a prisão da mulher dele, Monica Moura.
Investigadores rastrearam supostos pagamentos ilegais no exterior em conta secreta de João Santana provenientes da Odebrecht e do engenheiro Zwi Skornicki. A suspeita é que o pagamento veio de serviços eleitorais prestados ao PT.
Skornicki foi preso preventivamente nesta manhã. Segundo as investigações, ele era o representante oficial no Brasil do estaleiro Keppel Fels e operava propinas no esquema da Petrobras investigado pela Lava Jato.
Agentes também estiveram no prédio da Odebrecht, em São Paulo. O ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, é réu da Lava Jato e está preso em Curitiba desde junho de 2015.
Em nota, a Odebrecht confirma operação da Polícia Federal em escritórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. "A empresa está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento", diz o texto.
PF age em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio, na manhã desta segunda. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Ao todo, foram expedidos 8 mandados de prisão. Além dos estados de São Paulo e Rio, a operação cumpre mandados na Bahia. Segundo a polícia, acarajé era o nome usado pelos investigados para se referir ao dinheiro irregular.
Suspeitas contra João Santana
O publicitário é alvo porque os investigadores têm indícios suficientes de que ele possui contas no exterior, com origem não declarada. João Santana começou a ser investigado na Lava Jato em um inquérito sigiloso depois que a PF apreendeu, na casa de Zwi Skornicki, um manuscrito atribuído à mulher de João Santana indicando contas dele fora do país. A informação sobre a apreensão foi revelado pela revista "Veja".
O publicitário é alvo porque os investigadores têm indícios suficientes de que ele possui contas no exterior, com origem não declarada. João Santana começou a ser investigado na Lava Jato em um inquérito sigiloso depois que a PF apreendeu, na casa de Zwi Skornicki, um manuscrito atribuído à mulher de João Santana indicando contas dele fora do país. A informação sobre a apreensão foi revelado pela revista "Veja".
Quando a denúncia foi publicada, a empresa de Santana, Pólis Propaganda & Marketing, divulgou uma nota negando caixa 2. "O grupo recolhe todos os impostos devidos", diz o texto, que afirma ainda que a empresa jamais se envolveu "em nenhum tipo de ação ilegal".
"O Grupo Pólis possui agências autônomas no Brasil, e em outros países. As empresas funcionam de forma independente, operacional e financeiramente. Não há trânsito de recursos entre elas. Valores recebidos de campanhas brasileiras sempre foram pagos no Brasil, e valores recebidos por campanhas no exterior foram pagos no exterior, seguindo as regras e a legislação de cada país", afirma a nota.
Além de marqueteiro das campanhas, Santana chegou a ser conselheiro da presidente Dilma em várias decisões de governo, chamado a participar de reuniões decisivas, com voz de influência em debates políticos no primeiro escalão.
Santana assumiu o marketing eleitoral de Lula depois que o publicitário Duda Mendonça foi citado no mensalão. Ele foi absolvido em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a polícia, as investigações desta etapa apontam para o pagamento de vantagens ilícitas por um grupo empresarial a outro grupo. Segundo a PF, os pagamentos, de cerca de mais de US$ 7 milhões, foram recebidos em contas no exterior.
Mandados
A 23ª fase da Lava Jato tem 51 mandados ao todo, sendo 38 são de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva – quando os presos são obrigados a prestar depoimento.
A 23ª fase da Lava Jato tem 51 mandados ao todo, sendo 38 são de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva – quando os presos são obrigados a prestar depoimento.
Participam da ação 300 homens da PF. Na Bahia, a operação é realizada nas cidades de Salvador e Camaçari. No Rio de Janeiro, na capital, em Angra dos Reis, Petropolis e Mangaratiba. Em São Paulo, além da capital, a operação foi às cidades de Campinas e Poá.
A prisão temporária tem prazo de 5 dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.
Odebrecht
Na capital paulista, agentes cumprem mandado de busca e apreensão na sede da Odebrecht, na Zona Oeste da cidade.
Na capital paulista, agentes cumprem mandado de busca e apreensão na sede da Odebrecht, na Zona Oeste da cidade.
A PF busca tirar a trava de segurança de informações criptografadas que foram apreendidas na 14ª fase da operação. Cinco peritos auxiliam a PF para que os agentes consigam sair com os dados liberados.
Os policiais federais estão desde as 6h no prédio da empresa, e os funcionários foram liberados do trabalho nesta segunda-feira.
Zwi Skornicki
De acordo com as investigações, o engenheiro Zwi Skornicki era o representante do estaleiro Keppel Fels. Os procuradores da República que fazem parte da força-tarefa da Lava Jato afirmam que Skornicki era responsável por repasses ao PT por meio do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso desde 2015.
De acordo com as investigações, o engenheiro Zwi Skornicki era o representante do estaleiro Keppel Fels. Os procuradores da República que fazem parte da força-tarefa da Lava Jato afirmam que Skornicki era responsável por repasses ao PT por meio do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso desde 2015.
No acordo de delação premiada, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou que Skornicki continuou pagando suborno a Renato Duque mesmo depois de o ex-diretor ter saído da Petrobras. Ao todo, contou o ex-gerente, o representante da Keppel Fels teria pago US$ 14 milhões.
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