Um grupo que fraudava o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Na ação, intitulada Analogous, policiais da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) cumpriram 9 de 10 mandados de prisão, 12 de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão. As ações ocorreram em Ceilândia, Taguatinga e Brazlândia nesta manhã de quarta-feira (24/2). Os presos foram levados para o Departamento de Polícia Especializada (DPE).
Adriano Reis Cotts Sá, 34 anos, era o chefe da quadrilha, ele coordenava todo o esquema em uma autoescola de Ceilândia onde ele era instrutor. As buscas foram feitas na Clínica São Gabriel em Taguatinga e na Autoescola Trânsito Livre em Ceilândia. Os clientes da organização criminosa pagavam pela carteira antecipadamente em dinheiro. Já foram identificados 12 condutores e oito foram ouvidos pela polícia. Eles podem responder por falsidade ideológica.
Segundo o titular da Corf, delegado Jeferson Lisboa, o grupo prometia aos candidatos reprovados em exames escritos e práticos do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) a aprovação nas provas. Para isso, eles cobravam valores entre R$ 3 mil a R$ 6 mil. "Diante do valor, colocavam outra pessoa com as mesmas características físicas para fazer o teste”, contou.
Jeferson explicou também como a quadrilha agia: "A pessoa fazia o exame e era reprovada. Então, os criminosos realizavam a abordagem oferecendo o serviço para tirar a habilitação sem fazer o exame prático ou teórico", disse.
Havia um banco de dados, onde eram armazenadas informações das pessoas que realizavam as provas, elas eram comparadas com os condutores que contratavam o serviço. Na hora da prova, a pessoa com características físicas parecidas realizava a prova no lugar do verdadeiro condutor. Segundo a Polícia Civil, há 160 agentes, 8 delegados e 10 escrivães envolvidos na operação.
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Havia um banco de dados, onde eram armazenadas informações das pessoas que realizavam as provas, elas eram comparadas com os condutores que contratavam o serviço. Na hora da prova, a pessoa com características físicas parecidas realizava a prova no lugar do verdadeiro condutor. Segundo a Polícia Civil, há 160 agentes, 8 delegados e 10 escrivães envolvidos na operação.
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O diretor de fiscalização do Detran-DF, Silvaim Fonseca, explica que o órgão começou a apurar as supostas fraudes por iniciativa própria. “No período da Copa do Mundo, identificamos um homem, em liberdade condicional e com passagem por oito crimes, incluindo homicídio, fazendo a prova no lugar de outra pessoa”, afirmou o diretor.
Até o momento não há servidores envolvidos, mas durante a primeira fase da investigação nenhuma hipótese é descartada. Um dos presos é um examinado que não é servidor do Detran mas contratado. "O examinador que teve participação será avaliado e o Detran irá tomar todos os procedimentos necessários para exclusão do nosso banco de dados", declarou Jayme Amorim, diretor do Detran. As pessoas que compraram a carteira devem perder o documento conquistado de forma ilegal.
Investigação
O delegado afirma que as investigações continuam, mesmo com as prisões de hoje. “Esse é só o início da nossa apuração. Inclusive as 12 pessoas conduzidas coercitivamente são candidatos que tiraram a CNH de forma fraudulenta”. A polícia ainda apura de que forma os criminosos conseguiam se identificar com tanta facilidade na hora do teste.
Jayme declarou que até maio todos os carros de autoescolas estarão equipados com sistemas de biometria e telemetria. O processo já ocorre desde o ano passado mas no primeiro momento os sistemas iriam funcionar para o monitoramento das aulas. Porém, no segundo semestre o controle biométrico também vai ser realizado nos exames de direção. Hoje, a identificação é feita através do documento de identidade do candidato.
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