quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Igor Tokarski vai à Câmara após flagra no qual disse que não iria “nessa porra”

Manoela Alcântara/Metrópoles


Depois da declaração, via WhatsApp, em referência à reunião de distritais na terça (2/2), o secretário adjunto de Relações Institucionais do GDF participou da sessão desta quarta-feira (3) e se explicou aos parlamentares pessoalmente


Um dia depois de dizer, em um grupo de WhatsApp, que não iria “nessa porra”, em referência à primeira reunião de líderes da Câmara Legislativa do ano, o secretário adjunto de Relações Institucionais, Igor Tokarski, esteve frente a frente com os parlamentares nesta quarta-feira (3/2). Na Casa, houve um misto de constrangimento e brincadeiras. 
O articulador do Executivo na Casa usou a expressão chula após questionar a pauta e os nomes de quem fazia parte do encontro. E teve que se explicar. Mesmo depois de mandar mensagem aos distritais, alegando que o palavrão foi enviado ao grupo errado, foi abordado por todos que estavam em plenário. Eles comentavam sobre a mensagem e, entre sorrisos e abraços, Igor se explicava. Manteve a versão de que a enviou ao grupo errado, dada ontem ao Metrópoles e aos parlamentares.  
O assunto repercutiu de tal forma que dois dos oito deputados presentes na Casa o comentaram em plenário. O líder do PT, Wasny de Roure, com seis mandatos na carreira, deu uma bronca no secretário no primeiro discurso desta quarta-feira: “Que isso sirva de lição”, disse.
Wasny ainda completou ao se dizer incomodado com a declaração. “Quem deveria respeitar o Legislativo faz um comentário desse. O Legislativo, para mim, é um espaço nobre, de excelência do ponto de vista de acompanhamento da população. O Igor tem todo um futuro pela frente, mas esse futuro depende da trajetória e da construção com o Legislativo”, afirmou.
O desconforto foi evidente. No entanto, com o decorrer da tarde, o assunto virou brincadeira entre os parlamentares. Durante a sessão, os distritais falavam sobre o caos na saúde do DF. O comentário era sobre o caso da mulher grávida de cinco meses que perdeu o bebê depois de ser atendida e liberada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).
Os deputados questionavam por que nunca conseguem ser atendidos pelo secretário de Saúde, Fábio Gondim, para reivindicar melhorias no sistema, quando as brincadeiras começaram. “Duvido que o secretário de Saúde me atenda se eu ligar pedindo para melhorar a situação. Eu vou é ligar para ele nessa porra”, brincou Wellington Luiz (PMDB), arrancando risos de alguns presentes.
Por fim, os parlamentares levaram na esportiva. Igor, também. A expectativa era de que a sessão não tivesse quórum para ser aberta nesta quarta. Mas pelo menos oito deputados foram ao plenário e abriram as discussões.
Confira o que alguns parlamentares pensam sobre a declaração do secretário:
Rodrigo Delmasso (PTN): “Foi um comentário infeliz”.
Wellington Luiz (PMDB): “O comentário foi infeliz, mas o remédio foi muito pior. A tentativa dele de justificar foi o mesmo que tentar menosprezar a inteligência dos deputados”.
Júlio César (PTB), líder do governo na Câmara: “Ele explicou que estava falando em outro grupo. Não me senti ofendido. Eu mesmo já mandei fotos em grupos errados”.
Reginaldo Veras (PDT): “Não vejo nada demais. Foi uma interjeição, a expressão de um pensamento da alma. Não prejudica minha relação com ele. Pelo contrário, só tenho elogios”.

Chico Vigilante (PT): “Foi uma brincadeira de mau gosto. De vez em quando, as pessoas falam essas pérolas”, afirmou.

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