Seis dias após crime, casal continua morando na casa de amigos por medo. Caso ocorreu no sábado (13) e chocou vizinhos e moradores na Bahia.
O casal tutor do buldogue morto a tiros por um policial militar não dorme no condomínio onde mora desde o domingo (14). O fisioterapeuta Bruno Medeiros afirmou nesta quinta-feira (18) que a esposa, a advogada tributarista Bruna Holtz, permanece em estado de choque.
O crime ocorreu no sábado (13), em um condomínio de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. No dia, a dona passeava com o animal e ele teria feito xixi no gramado da casa do PM.
Os tutores do cachorro e o tenente responsável pela morte são vizinhos. "Ela não dorme direito e tem medo de andar pela rua", detalha o marido da advogada. Ele também conta que a outra cadelinha, que estava com a proprietária, foi atingida por estilhaços da bala.
"Ela [cachorrinha] brinca pouco e se isola muito. Fica sempre na porta, como se estivesse esperando pelo irmão. Quando ela chegou para nós, aos dois meses, ele [o buldogue] já tinha dois anos. Eles viveram muitos anos juntos e brincavam sempre", lembra.
Medeiros conta que está na casa de amigos desde que ocorreu o crime. "Mas as nossas coisas continuam no apartamento. Nossa vida mudou completamente", destaca Bruno Medeiros sobre a mudança de rotina, seis dias após o assassinato do animal de estimação
Conforme o fisioterapeuta, a família está apreensiva com a permanência no condomínio e organiza a mudança de cidade. "Nenhuma providência foi tomada. O cara [policial] prestou depoimento e voltou para o condomínio. Não temos segurança para voltar para lá, ainda mais sabendo que ele está armado. Temos certeza de que vamos nos mudar, ainda não sabemos como", destaca. O casal morava no Rio Janeiro e se mudou para a cidade de Teixiera de Freitas há pouco mais de um mês.
Militar abalado
Segundo o comandante Valci Góis Serpa, o tenente Wilson Pedro dos Santos Júnior, que matou a tiros o cão buldogue francês, está abalado e com problemas por causa da pressão após tudo o que aconteceu. Uma câmera de segurança flagrou o momento do crime, que ocorreu no sábado (13), no condomínio residencial em que mora.
O tenente de 40 anos, que trabalha há dois no Colégio da Polícia Militar (CPM) do município, foi afastado das funções. Serpa assumiu a função de diretor do colégio em março desse ano e disse que, durante o tempo em que está no cargo, não teve conhecimento de nenhum problema envolvendo o tenente suspeito. Conforme Valci Góis, o militar é casado e pai de dois filhos - um de dois e outro de um ano. Uma sindicância foi instaurada pela PM para apurar as responsabilidades nos fatos.
Relato do caso
O casal mora na cidade há cerca de um mês e o crime aconteceu no condomínio. Holtz disse que recebeu recado do policial, que se dizia incomodado pela presença dos dois cachorros na vizinhança. O bilhete teria sido enviado um dia antes, na sexta (12).
O animal assassinado era um buldogue francês e ela tem outro, da raça golden retriever, com quem também passeava quando ocorreu a situação. No dia do crime, a cadela golden retriever teria feito cocô em outro jardim do condomínio, o que teria deixado o policial chateado e motivado a agressão.
Segundo ela, para não ser atingida pelos tiros, ela precisou pular um muro do condomínio. De acordo com ela, a cadela da raça golden retriever ficou ferida com os resíduos da pólvora, como se fosse tiros de raspão, na região do pescoço, mas passa bem.
Nota do Olhar Animal: Abalado? A ação totalmente desequilibrada deste 'policial' pôs fim á vida de um cão e, pelo relato, por pouco não resultou na morte de outro cão e da tutora. Abalados estão ela, sua família, seus vizinhos. Abalada está a sociedade, com o fato e principalmente com a permissão dada a alguém com este perfil para portar uma arma e, pior, para continuar portando a mesma após o ocorrido, com as bençãos das autoridades. Caso aconteça mais alguma tragédia, a responsabilidade será total de quem permitiu que este indivíduo continuasse perambulando armado.
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