Contratada pela CPI da Petrobras para apurar eventuais movimentações financeiras no exterior de pessoas investigadas pela Operação Lava Jato, a empresa de consultoria Kroll relatou nesta terça-feira (16) a parte dos integrantes da comissão que identificou 59 contas bancárias, 33 empresas e seis imóveis em nome de 12 suspeitos. Entre os alvos da consultoria estão ex-diretores da Petrobras, executivos de empreiteiras e operadores do esquema de corrupção que agia na estatal do petróleo.
Os nomes dos investigados não foram informados aos deputados que compõem a CPI. Somente o presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), e o deputado André Moura (PSC-SE), um dos sub-relatores do colegiado, sabem a identidade dos suspeitos investigados.
As informações foram apresentadas por três representantes da Kroll em uma reunião a portas fechadas com deputados que integram a CPI. Pelo contrato, até 15 pessoas poderiam ser investigadas, no entanto, somente 12 passaram a ter suas contas devassadas pela empresa.
A empresa foi contratada pela Câmara no final de março por aproximadamente R$ 1,068 milhão (o preço original é de quase 226 mil libras esterlinas) para analisar dados sigilosos obtidos pela comissão parlamentar de inquérito que apura o escândalo de corrupção na Petrobras.
Segundo o G1 apurou, a Kroll informou à CPI que encontrou indícios de que os 12 suspeitos mantêm bens e ativos em 33 países. Em 15 nações – Estados Unidos, Singapura, Suíça, Hong Kong, Ilhas Virgens, Uruguai, Panamá, Bahamas, Líbano, Luxemburgo, Reino Unido, Mônaco, Alemanha, Holanda e Ilha de Man –, as evidências de irregularidades seriam mais fortes, informaram deputados que participaram da reunião.
Ao final da reunião com a Kroll, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) criticou o fato de os nomes dos investigados continuarem anônimos para a maioria dos integrantes da CPI. “Como pode o subrelator saber e o relator não saber? Não faz sentido isso. É um absurdo”, ressaltou Valente.
A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) também reclamou do sigilo em torno da identidade dos investigados. A parlamentar do PPS disse que não se responsabiliza pelo resultado da investigação.
André Moura rebateu as críticas dos colegas da comissão e alegou que o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), terá acesso a todos os dados da investigação. De acordo com o subrelator, caso não haja nenhum pedido extra, a previsão é de que a Kroll apresente o resultado final das investigações em agosto.“Embora eu seja membro titular da CPI, não me sinto responsável por essa apuração da Kroll, porque é algo sobre o qual não tenho informação”, enfatizou.
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