sábado, 11 de abril de 2015

Obama interage com Raúl Castro no início da Cúpula das Américas Presidentes devem se reunir neste sábado, após 5 décadas de conflito. EUA e Cuba anunciaram reaproximação diplomática em dezembro.

Barack Obama interage com Raúl Castro antes da cerimônia de abertura da Cúpula das Américas, nesta sexta-feira (10) no Panamá (Foto: REUTERS/Peru Presidency)Barack Obama interage com Raúl Castro antes da cerimônia de abertura da Cúpula das Américas, nesta sexta-feira (10) no Panamá (Foto: REUTERS/Peru Presidency)
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, se cumprimentaram nesta sexta-feira (10) na abertura da Cúpula das Américas, realizada no Panamá.

O gesto simbólico dos líderes ocorre em meio à reaproximação diplomática entre os dois países, anunciada em dezembro.

Além de se encontrar durante os eventos previstos na cúpula, é esperado que os presidentes se reúnam neste sábado, segundo afirmou um assessor da Casa Branca. Será a primeira reunião entre um presidente americano e um cubano em mais de cinco décadas de conflito bilateral.

Obama e Castro conversaram por telefone nesta quinta, depois que os dois mandatários chegaram ao Panamá para a cúpula.
A última vez que os dois presidentes falaram por telefone foi em 17 de dezembro, quando anunciaram ao mundo seu acordo para restabelecer suas relações, depois de 53 anos de tensões.
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Obama e Raúl Castro se encontram antes da inauguração da Cúpula das Américas nesta sexta (10) no Panamá (Foto: REUTERS/Peru Presidency)Obama e Raúl Castro se encontram antes da inauguração da Cúpula das Américas nesta sexta (10) no Panamá (Foto: REUTERS/Peru Presidency)
No anúncio, Obama disse que a normalização das relações com Cuba encerram uma "abordagem antiquada" da política externa americana. Ao justificar a decisão, o presidente disse que a política "rígida" dos EUA em relação a Cuba nas últimas décadas teve pequeno impacto.

Em pronunciamento simultâneo, Raúl Castro afirmou que reconhece que há “profundas diferenças” entre os dois países, “fundamentalmente em matéria de soberania nacional, democracia, direitos humanos e política exterior”, para em seguida completar: “Reafirmo nossa vontade de dialogar sobre todos esses temas.”

O embargo econômico à ilha, no entanto, não foi suspenso.
Barack Obama e Raúl Castro dão aperto de mão na cerimônia em memória a Nelson Mandela no estádio Soccer City, em Johanesburgo, África do Sul, em 2013  (Foto: Chip Somodevilla/Getty Images)Barack Obama e Raúl Castro dão aperto de mão na
cerimônia em memória a Nelson Mandela na África do
Sul, em 2013 (Foto: Chip Somodevilla/Getty Images)
Mesmo antes do anúncio de reaproximação diplomática, Obama e Raúl haviam se cumprimentado em 2013 na cerimônia em memória a Nelson Mandela no estádio Soccer City, em Johanesburgo, na África do Sul.
A Cúpula das Américas, realizada no Centro de Convenções Atlapa, começou às 21h40 (horário de Brasília), com a presença dos líderes dos 35 países do continente.

Encontro histórico 
Na noite desta quinta, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se reuniu com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, também no Panamá. Foi o encontro de mais alto nível diplomático entre Estados Unidos e Cuba em meio século.
Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, cumprimenta o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, na Cidade do Panamá. (Foto: Departamento de Estado dos EUA / via Reuters)John Kerry cumprimenta o ministro das Relações
Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, na Cidade do
Panamá (Foto: Departamento de Estado dos EUA /
via Reuters)
Após o encontro, um alto funcionário do Departamento de Estado disse que houve progressso nas negociações. "O secretário Kerry e o chanceler cubano (Bruno) Rodríguez tiveram uma discussão longa e muito construtiva esta noite. Os dois concordaram que fizeram progressos e que vamos continuar a trabalhar para resolver as questões pendentes", afirmou.
O encontro anterior entre os chefes da diplomacia de Washington e Havana remontava a setembro de 1958, lembraram funcionários americanos.

Lista de apoio ao terrorismo
Entre as medidas de reaproximação anunciadas pelos dois países estão a abertura de embaixadas nas duas nações e a revisão da designação dada pelos EUA a Cuba de Estado que patrocina o terrorismo.Cuba exige que antes de se avançar no diálogo diplomático os EUA retirem Havana da lista dos países que patrocinam o terrorismo, na qual a Ilha foi incluída em 1982
Nesta semana, Obama afirmou que que o Departamento de Estado norte-americano completou sua revisão sobre a possível remoção de Cuba da lista, mas que ainda não recebeu a recomendação de seus assessores. Ele disse que vai esperar receber a recomendação de seus assessores da Casa Branca antes de fazer um anúncio.
As delegações dos dois países já realizaram encontros - tanto em Havana como em Washingont - para restaurar as relações diplomáticas.

Em visita à Jamaica, Obama destacou que o processo de negociações "levará tempo". "Nunca previ que tudo pudesse mudar do dia para a noite". Mas o presidente também avisou que irá para a cúpula com "uma mensagem de diálogo".

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