Após o desastre e a contagem de vítimas do terremoto no Nepal, chega a hora da contagem de danos e de iniciar os planos de reconstrução de sua economia. Uma tarefa praticamente impossível para um Governo que trabalha com escassos recursos e que se encontra imerso em um cenário politicamente fraturado. A economia nepalesa quase não chega aos 20 bilhões de dólares (58 bilhões de reais), nem 1,5% do PIB espanhol. Um antigo ministro das Finanças, Madhukar SJB Rana, admitiu na segunda-feira que o país “não tem capacidade e recursos para combater o desastre” e que precisarão de ajuda da comunidade internacional para realizar tamanha tarefa.
Ainda que a agricultura sustente a maioria de sua população, o país, um retângulo de 600 quilômetros de comprimento e 200 quilômetros de largura, abriga algumas das montanhas mais altas do mundo eapostou no turismo nos últimos anos como motor de crescimento futuro. Por ano, aproximadamente 800.000 turistas chegam ao país, majoritariamente para o esporte, o que permite ao setor contribuir diretamente com 4% do PIB e até 8% levando em consideração os efeitos indiretos. A economia conseguiu crescer 5,5% em 2014, mas após o desastre de sábado é difícil que alcance os 5% calculados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2015.O Nepal é um dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo. O PIB per capita mal chega aos 1.000 dólares (2.924 reais), o que significa que a família nepalesa media vive na pobreza. A má qualidade das construções é uma das razões que explica o elevado número de vítimas e o devastador efeito do terremoto sobre os prédios da capital. “O custo total da reconstrução no Nepal, usando padrões de construção apropriados para uma região com muitos tremores, pode superar os 5 bilhões de dólares (14,6 bilhões de reais), o que equivale a aproximadamente 20% do PIB”, explica Rajiv Biswas, economista chefe para a Ásia-Pacífico da consultoria de estratégia IHS. “Será necessário uma ajuda massiva internacional urgente, assim como programas em grande escala de assistência técnica e financeira a longo prazo para reconstruir a economia”, diz em nota. Dessa ajuda dependerá, em grande medida, como será feita a reconstrução e o custo final para os cofres do Estado.
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