Segundo o coordenador de pesquisa da comissão, José Otávio Guimarães, a representatividade e localização da UnB já levantavam críticas antes de sua fundação, em 1962, e algumas autoridades eram contrárias à sua instalação tão próxima à Esplanada dos Ministérios e à Praça do Três Poderes.
A Comissão Anísio Teixeira também quer que a sociedade seja melhor informada sobre a temática da ditadura militar e das violações dos direitos humanos. Os membros pedem o apoio ao Projeto de Lei nº 7899/2014, que institui a Lei Iara Iavelberg, para incluir no currículo oficial da rede de ensino do Brasil a obrigatoriedade desse tema; o estímulo ao levantamento de dados sobre momentos históricos importantes e pouco conhecidos de resistência à ditadura; o estímulo a produções audiovisuais, editorais e jornalísticas que apurem as transgressões no período 1964-1988 por meio de editais de fomento, cursos de formação e premiações; e a promoção de atividades de extensão universitária que propiciem o contato e o debate com estudantes do ensino fundamental e médio em torno de questões ligadas à temática da comissão.
O relatório também recomenda a criação de um memorial na UnB, para lembrar as vítimas da ditadura e em homenagem aos que a combateram; a mudança de nome dos logradouros que atualmente homenageiam os chefes da ditadura militar (como a Ponte Costa e Silva, em Brasília); a nomeação de prédios e instalações da universidade com os nomes de pessoas que lutaram contra a ditadura; e a revisão de títulos e de homenagens universitárias concedidas a apoiadores ou autoridades da ditadura.
Os membros citam o caso da UnB, que deu o título de doutor honoris causa a Roberto Marinho; da Unicamp, que conferiu título de doutor honoris causa a Jarbas Passarinho, e da denominação do Grande Prêmio Capes de Tese Zeferino Vaz, entre outros.
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