Lula causou comoção ao passar ontem por Natal
por Redação RBA publicado 03/08/2016 18:48
São Paulo – Em discurso para assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no município de Santa Cruz Cabrália, extremo sul da Bahia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar numa eventual candidatura à presidência da República. "Se for necessário, eu volto. E se eu voltar é para ganhar as eleições", afirmou, na tarde de hoje (3).
No discurso, ele falou sobre o golpe em andamento no país. “Não é a Dilma que está sendo cassada, é o voto de todos os baianos, de todos os brasileiros. Estamos vivendo um golpe neste país. Parlamentares decidiram que a Dilma tinha que sair e deram um golpe."
Em sua fala, no conjunto conhecido como Assentamento Lulão, em que vivem 132 famílias, ele disse que "estão querendo criminalizar o PT, o Lula, a Dilma e o MST".
Para um público de trabalhadores e sem-tetos que, segundo a assessoria do MST, vieram de várias cidades da região para ouvi-lo falar, o ex-presidente fez referências a suas políticas de inclusão e ao descaso com que a população era tratada nos governos anteriores ao seu, iniciado em 2003. "Esse país tem tudo que um país precisa. O que esse país não tinha era vergonha na cara de quem governava", afirmou.
É a segunda vez que Lula visita o local, onde esteve há dez anos, quando o assentamento estava sendo instalado. Lula chegou por volta das 13h ao Conjunto Lulão-Cabrália. No local, as 132 famílias assentadas têm casas com energia, cinco poços artesianos, um galpão como espaço social, nove represas, uma quadra poliesportiva em construção e uma despolpadeira de frutas. Além disso, as famílias contam com uma escola em que estudam 285 crianças da pré-escola ao Ensino Fundamental II. À noite, adultos fazem cursos no EJA.
Antes de almoçar com as lideranças e a comunidade local, Lula visitou uma agroindústria das famílias do assentamento. "Aprendemos que esse país pode ser governado com dignidade. As pessoas humildes não querem muito. Querem trabalhar, estudar e acesso a cultura", disse.
Lula cumpre agenda no Nordeste, incluindo os estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Ontem, em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, de Natal, ele afirmou que só será candidato "se forem concretizadas as ameaças às conquistas sociais destes últimos 14 anos e as forças democráticas e progressistas entenderem que não há outro nome em melhores condições".
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