sexta-feira, 17 de junho de 2016

Teori homologa delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa

17/06/2016 17h59 - Atualizado em 17/06/2016 19h11

Novo delator citou Eduardo Cunha e outros políticos com foro privilegiado.

Cleto foi apadrinhado para a Caixa pelo presidente afastado da Câmara.

Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação premiada fechada entre o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto com o grupo de trabalho da Lava Jato.
Os depoimentos de Cleto foram prestados à Procuradoria Geral da República (PGR) porque ele citou nome de pessoas com foro privilegiado que teriam envolvimento em fraudes, entre as quais o presidente afastado daCâmara dos Deputados, Eduardo Cunha(PMDB-RJ).
Cleto assumiu o cargo de alto escalão do banco público federal por indicação de Cunha. O ex-dirigente da Caixa relatou que o presidente afastado da Câmara recebeu propina de dinheiro de negócios feitos pelo Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS).

O teor da delação premiada de Fábio Cleto seguirá em segredo de Justiça até que a PGR decida se abre ou não inquéritos ou inclua, a partir do que foi dito pelo ex-dirigente da Caixa, as citações em investigações já abertas. As informações prestadas por ele corroboram outra delação, feita pelos donos da Carioca Engenharia – Ricardo Pernambuco Júnior e o pai dele, Ricardo Pernambuco. A delação deles já foi tornada pública.

Foi com base na delação dos donos da Carioca que o ministro Teori Zavascki autorizou, em março, a abertura do terceiro inquérito para investigar Cunha. Em abril, quando surgiram novos detalhes sobre acusações feitas pelos empresários envolvendo Cunha, a assessoria de imprensa do parlamentar afastado informou que ele já negou tudo e que não há provas.
Os empresários afirmaram que Cunha recebeu cerca de R$ 52 milhões do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca – que atuava na obra do Porto Maravilha. Os recursos seriam vantagens indevidas pela aquisição de títulos da prefeitura do Rio de Janeiro pelo FI-FGTS. Segundo as investigações, Cunha era próximo de Cleto.

O novo delator da Lava Jato foi exonerado da vice-presidência da Caixa em 10 de dezembro de 2015 por ordem da presidente afastada, Dilma Rousseff. Cinco dias depois, ele foi um dos alvos da Operação Catilinárias, etapa da Lava Jato que cumpriu mandado de busca e apreensão na residência oficial e no gabinete de Eduardo Cunha
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