domingo, 26 de junho de 2016

Cunha indica chefe da Casa Civil do DF como testemunha na Lava Jato


Brasília(DF), 19;08/2015 - Sérgio Sampaio, Chefe da Casa Civil do DF . Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles


Eduardo Cunha quer que Sérgio Sampaio, ex-diretor-geral da Câmara dos Deputados, explique como funcionava o sistema de protocolo de documentos na Casa. O peemedebista é acusado de ter recebido propina de US$ 5 milhões









O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), indicou o secretário-chefe da Casa Civil do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), Sérgio Sampaio, como sua testemunha em investigações relacionadas à Operação Lava Jato. Em defesa prévia protocolada na última sexta-feira (24/06), Cunha arrolou Sampaio e outras 25 pessoas para tentar rebater as acusações sobre o recebimento de propina de US$ 5 milhões na contratação de navios-sonda para a Petrobras.
Sampaio, à época dos fatos – entre 2006 e 2007 – era diretor-geral da Câmara dos Deputados. Segunda a denúncia, para receber o dinheiro, Cunha teria pressionado o lobista Julio Camargo com a publicação de dois requerimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados (CFFC). De acordo com a Procuradoria-Geral da República, embora as solicitações tenham sido formalmente apresentadas ao colegiado pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), o verdadeiro autor era Eduardo Cunha. Isso porque o login e a senhas dele foram encontrados nas propriedades dos requerimentos.
A estratégia da defesa é provar que o login de Eduardo Cunha ficou registrado no computador, mas que ele não produziu as peças. De acordo com um dos advogados de defesa de Eduardo Cunha, Pedro Ivo Velloso, “as testemunhas arroladas têm o objetivo de esclarecer o funcionamento da Câmara, como seriam feitos os requerimentos”. Se o STF deferir o pedido para ouvir as testemunhas, elas não podem se recusar a prestar depoimento.
Sérgio Sampaio informou que está à disposição para prestar todas as informações necessárias a fim de colaborar com as investigações. “Fui diretor-geral da Câmara dos Deputados entre 2001 e 2015, antes mesmo de Eduardo Cunha assumir a presidência da Casa. Deixei a função ainda quando Cunha era presidente por ter sido convidado a assumir um novo desafio”, afirmou. 
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O presidente afastado da Câmara dos Deputados também pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o próprio sigilo telefônico seja quebrado, assim como do senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA).
De acordo com os advogados do peemedebista, a denúncia afirma que Julio Camargo solicitou a Fernando Soares – o Fernando Baiano – uma reunião com Cunha, o que não seria verdade. “Esse fato é obviamente falso e sua falsidade pode ser comprovada por meio da quebra de sigilo de dados telefônicos do requerido”, disse. Em 2015, Julio Camargo denunciou o presidente afastado da Câmara por exigir propina de US$ 5 milhões.
“Esse fato é falso. Justamente por isso o Ministério Público Federal não produziu nenhuma prova de que tal ligação tenha ocorrido, tendo se limitado a pedir a relação de placas que entraram na Base Aérea. Por óbvio, que a suposta entrada de pessoas em um local não faz prova do que as pessoas fizeram nesse local”, argumentou a defesa na peça.


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