postado em 30/06/2016 07:37 / atualizado em 30/06/2016 09:33
O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na manhã desta quinta-feira (30/6), em Goiânia durante a Operação Saqueador, da Polícia Federal (PF). Na ação, agentes cumprem cinco mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Goiás. A investigação busca os envolvidos em uma esquema de lavagem de R$ 370 milhões.
Entre os mandados, expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, estão os de prisão de Adir Assad e Fernando Cavendish, dono da empresa Delta Construções. Cavendish foi procurado na casa dele no Rio de Janeiro, mas os agentes descobriram que ele está no exterior.
As investigações da PF, que duraram cerca de três anos, resultaram no indiciamento de 29 pessoas suspeitas de desvios de recursos federais destinados para diversas obras públicas. Com base no inquérito da PF, 23 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF), entre executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.
No decorrer das investigações, a PF já havia efetuado o cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão nos três estados para obter elementos de prova. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram reastreados os pagamentos feitos pela Delta a empresas de fachada. Foi verificado ainda aumento dos valores dessas transferências em anos de eleições. Foram feitas transferências, por exemplo, de R$ 80 milhões para uma obra inexistente chamada Transposição do Rio Turvo, no Rio de Janeiro.
As empresas, que só existiam no papel, recebiam o dinheiro, mas não executaram o serviço. De acordo com o MPF, as empresas de Adir Assad e Marcelo Abbud emitiam notas frias não só para a Delta, mas para muitas outras empresas. Segundo as investigações, o esquema também serviu de suporte à corrupção na Petrobras.
Monte Carlo
Carlinhos Cachoeira estava solto desde o final de 2012. Preso na Operação Monte Carlo, ele foi condenado a 39 anos de prisão pela Justiça Federal de Goiás, acusado de liderar um esquema de exploração ilegal de caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal. O bicheiro recorre em liberdade ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que até hoje não julgou seu recurso.
A Operação Monte Carlo desmontou a quadrilha, que mantinha contato e teria se beneficiado da relação com autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres, que chegou a ser cassado devido ao seu envolvimento com o grupo. Cachoeira é alvo de diversos processos criminais na Justiça.
Com informações de Eduardo Militão e da Agência Estado
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