O vazamento da delação premiada de Delcídio Amaral foi motivo de irritação do ministro Teori Zavascki, mas isso não quer dizer que o trabalho esteja comprometido e que o pedido vá ser rejeitado. Ao contrário, há entre ministros do STF a avaliação de que o vazamento possa ter sido proposital com o objetivo de "melar" o pedido de delação premiada do senador. Teori deve decidir sobre a homologação na próxima semana.
Ontem, antes da sessão do Supremo que concluiu a discussão sobre o acolhimento da denúncia contra Eduardo Cunha, o ministro Teori manifestou sua irritação ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a quem cobrou pelo vazamento. No final da sessão, os dois acertaram que deve ser feita uma sindicância interna para tentar identificar por onde vazou a delação para a repórter Débora Bergamasco, da Istoé.
Segundo fontes do STF, o procurador-gera e o relator dos processos da Lava Jato, Teori Zavascki, parecem já combinados sobre os passos das investigações e, por isso, não haveria grandes riscos de a delação não ser homologada. Mas, se Teori não homologar o pedido, a situação de Delcídio do Amaral vai ficar bem delicada pois, além da irritação de ex-companheiros de partido, ele terá de enfrentar a Justiça. Mas, se o pedido for aceito, é o governo que terá de mudar o discurso: em lugar da indignação desta quinta-feira, terá de encontrar explicações para tudo o que Delcídio contou à Justiça.
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