domingo, 31 de janeiro de 2016

Moacyr Franco: "Paula Fernandes está me sustentando" O músico e ator festeja regravações de suas músicas por sertanejos e, solteiro, fala como aproveitará "os últimos 10% de sua vida"

Claudio Augusto
Foi uma cena de futebol. Selton (Mello) me agarrou que nem quando faz gol e rolamos no chão", sobre o prêmio de coadjuvante pela atuação no filme "O Palhaço
“Devo estar vivendo os últimos 10% da minha vida”. Moacyr Franco, que está com 75 anos, repete a frase por duas vezes durante a entrevista que concedeu no litoral paulista. Apesar de acreditar que só tem mais cerca de sete anos pela frente, o músico, escritor e ator está repleto de planos profissionais. Uma autobiografia, a continuidade de seu trabalho na “A Praça é Nossa”, a gravação de mais alguns CDs e projetos para o cinema estão na lista. Esta última vontade veio após uma participação no filme “O Palhaço”, de Selton Mello, no qual interpreta o delegado Justo. Com o papel, levou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Paulínia.
Claudio Augusto
Moacyr Franco: “Devo estar vivendo os últimos 10% da minha vida”
Será que a abelhinha do cinema picou Moacyr? “Não, foi a abelhinha da perfeição. Às vezes eu gravava seriado na rua sem monitor”, contou o músico, que diz que quer "fazer direito" seus próximos trabalhos.
Bem disposto e animado, Moacyr não perde o humor nem quando conta que bateu o carro ao atender uma ligação da reportagem. “Fui atender o telefone e bati no carro da frente. Você não acredita na coincidência: estávamos indo para o mesmo local e estamos hospedados no mesmo hotel”, contou Moacyr sobre o motorista do outro carro.
Solteiro – ele se separou há dois anos de Dani Franco --, ele se diz uma pessoa antenada e não consegue ficar ouvindo lamentações de mulheres de meia-idade. “É muito complicado pra mim sentar com uma moça de 50 anos que queira conversar sobre ‘ah, essa vida é muito triste’. Eu não aguento. Não é meu papo esse aí. Minha conversa é outra. Quero viver o que virá”, afirma. Enquanto segue sozinho, dedica-se ao trabalho e não para: “Vim na estrada gravando uma música”. E festeja a arrecadação das regravações de suas músicas pelos sertanejos do momento. "Essa Paula Fernandes está me sustentando. Ela canta todo show, e ela faz show todo dia."
É muito complicado pra mim sentar com uma moça de 50 anos que queira conversar sobre ‘ah, essa vida é muito triste’. Eu não aguento, não é meu papo esse aí"
iG: Está fazendo as duas coisas, então, atuação e música?
Moacyr Franco:
 Faço tudo! E escrever, que é o principal. Acho que é o meu dote que levo mais a sério. Acho que escrevo bem. Aí, estou fazendo ao mesmo tempo dois seriados e um esboço de um livro. Tem um pessoal querendo fazer um curta-metragem sobre minha vida e estou com muito medo. Quero ficar dono da minha vida.
iG: Está com medo de não retratarem bem sua vida?
Moacyr Franco: 
Não, é gente muito competente. Mas quero fazer eu, até porque acho que narro bem, que escrevo bem, tenho histórias muito bonitas.
iG: Você me parece muito perfeccionista. 
Moacyr Franco:
 Sou agora, porque já fui muito porco. Porque era assim, era tudo muito improvisado. Já fui menos exigente do que sou agora. Primeiro porque essa última parte da minha vida, que devo estar vivendo os últimos 10%, preciso fazer tudo direitinho para deixar uma boa imagem. Se eu fosse sozinho no mundo, não tinha importância. Mas meus filhos vão herdar isso. Quero que tenham uma boa imagem do pai, do avô.
iG: Você escreve, atua, mas o ramo que é mais conhecido é na música. Apesar disso, acabou de receber um prêmio por sua atuação em “O Palhaço”. Afinal, em que você se realiza realmente?
Moacyr Franco:
 O que é mais prazeroso fazer, mais fácil, é cantar. Tenho 42 discos de ouro. Se eu abrir a boca e cantar 25 músicas dessas, todo mundo canta junto. Então é o que dá menos trabalho. Mas eu acho que o que faço melhor é escrever.
Claudio Augusto
Moacyr Franco: “Devo estar vivendo os últimos 10% da minha vida”.
iG: Tem várias canções que você escreveu para o sertanejo, que fazem sucesso ainda hoje. Você recebe por essas músicas?
Moacyr Franco:
 Parei de me preocupar com esse negócio de direitos. Recebo o que eles mandam e pronto. Fiquei 40 anos discutindo, “mais porque, mais como assim, e tal”. Não posso me queixar, não, porque esse pessoal atual tem regravado coisa minha. Tenho uma música que todo mundo gravou ("Ainda Ontem, Chorei de Saudade"). Essa Paula Fernandes está me sustentando. Ela canta todo show, e ela faz show todo dia. Só isso aí já dá uma arrecadação legal.
iG: Você acabou de ganhar um prêmio no cinema, em seu primeiro trabalho nas telonas. Como foi ser reconhecido por algo em que você estava estreando?
Moacyr Franco:
 (Moacyr fica com os olhos marejados) Fiquei muito emocionado quando ganhei esse prêmio. Acho que foi o momento mais emocionante de toda a minha vida, que é pontilhada de momentos agudos. Mas é porque não tinha a menor expectativa quanto a isso. Já me considerei muito feliz, considerei um prêmio, ter sido convidado pelo Selton Mello para participar de um filme dele, porque ele é a atualidade, é o cinema novo, o futuro. No dia da exibição foi chocante, para dizer uma coisa mais suave, porque o cinema aplaudiu minha cena. Não vi um olhar negativo.
iG: E como foi no dia da premiação?
Moacyr Franco:
 Eu tinha acabado uma gravação no SBT e fiquei na dúvida, vou ou não vou. Cheguei lá meia-noite e não tinha mais ninguém. Mas tinha uma festa na lateral do teatro. Cruzei com um casal e eles me cumprimentaram. Olhei para eles e falei: “Mas por que parabéns?”. Aí a mocinha falou: “Melhor Ator Coadjuvante”. Fiquei paralisado, me deu uma coisa, um choque. Como pode concorrer ao prêmio de ator coadjuvante um cara que atua em uma cena de menos de três minutos? Cruzei com o Selton e aí foi uma cena de futebol. Ele me agarrou que nem quando faz gol e rolamos no chão. Na minha vida, de dez em dez anos, acontece alguma coisa e eu renasço, inclusive como ser humano, como pessoa física mesmo. Uma vez eu morri na Santa Casa de Santos.
iG: Como assim?
Moacyr Franco: 
É, fiquei cinco minutos morto. E eles me recuperaram. Foi durante uma operação. E aí, minha vida mudou. Foi esse negócio de sertanejo começar a gravar música minha, a Rita Lee me reciclou, me colocou em outro patamar, me aproximou desse pessoal jovem, universitário. Então esse negócio do cinema é mais uma dessas. Tenho certeza que vou fazer carreira no cinema agora. Até porque tem muito pouco velho disponível (risos).
Claudio Augusto
Moacyr Franco: "Eu parei de me preocupar com esse negócio de direitos (autorais). Recebo o que eles mandam e pronto."
iG: Mas conta um pouco mais sobre esses seus cinco minutos de morte. Você se lembra de algo?
Moacyr Franco:
 Fiz uma operação plástica na década de 1970. É que todo mundo fazia isso, de tirar a bolinha daqui (bolsas embaixo dos olhos), que é uma burrice. Nunca tire! E o pior é que foi muito mal feita. O médico era de Santos e ficou com muita vergonha, quis refazer. Aí ele deu anestesia e eu apaguei. Minha mulher na ocasião falava que eu voltei outra pessoa. Muito pior, segundo ela (risos).
Considerei um prêmio ter sido convidado pelo Selton Mello para participar de um filme dele, porque ele é a atualidade, é o cinema novo, o futuro"
Claudio Augusto
Moacyr Franco
iG: Seu filho (Guto Franco) está na direção da Globo e já trabalhou lá. Pensa um dia em deixar o SBT?
Moacyr Franco:
 Acho que acabou isso. Estou no SBT, mas é porque tem que estar em alguma emissora. E por causa da Praça, tenho muitos amigos, não deixo nunca a praça, né?
iG: Mesmo com tantos projetos no cinema e na música, você seguirá na Praça?
Moacyr Franco:
 Não saio da Praça. Mas na televisão, posso estar fazendo um seriado que vai passar na Rede Vida, por exemplo. Com a internet, acabou. O segundo lugar em audiência é a internet. Eu estou vivendo o futuro.

Continuo sem ninguém, sozinho, mas não triste. Estou superfeliz, estou vendendo alegria"
iG: Você fez uma aposta com o Carlos Alberto de Nobrega de quando um arrumasse uma namorada, o outro também arrumaria. Ele está namorando. E você, vai perder a aposta?
Moacyr Franco:
 Eu estou começando a desanimar. (risos). Tenho uma dificuldade terrível. Nesse campo, não consigo me enquadrar na conversa de mulher sofrida, essas coisas assim. Nisso eu sou muito jovem. Meu papo é outra coisa. Não é nem pelos dotes físicos. E é muito difícil você convencer uma pessoa mais jovem que é bacana isso. Cada vez mais a embalagem é que vale. Mas, não desanimo, não. E não tem muita importância, a gente vai seguindo. Eu vivo os últimos 10% de minha vida.
iG: Mas os últimos 10% são sete anos e meio. É isso que você acha que terá mais de vida?
Moacyr Franco:
 Por aí! Se o mundo não acabar mesmo, porque parece que vai acabar de novo agora. E se for para ser curtido assim, será assim. A minha separação foi muito traumática, foi muito triste. Então, tenho pouca animação pra começar de novo. E depois, eu tenho meus filhos, eles me preenchem tudo.
iG: Em 2010, logo que você se separou, afirmou que a vida de solteiro estava horrível. Ainda sente assim?
Moacyr Franco:
 Naqueles dias, eu estava muito down, mesmo, muito para baixo. Agora não tenho nem tempo de lembrar disso. Continuo na mesma casa, na mesma cama, com os meus cachorros. Continuo sem ninguém, sozinho, mas não triste. Estou superfeliz, estou vendendo alegria. Porque no começo foi horroroso, mas agora não.
iG: Comentaram na época que a separação de vocês teria sido por uma traição. Foi isso mesmo?
Moacyr Franco:
 Não, não, não...deixa isso para lá.
AGRADECIMENTO: Sofitel Jequitimar (Guarujá)

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Em dois anos desapareceram dez mil crianças à procura de asilo na Europa PÚBLICO 31/01/2016 - 16:42 Menores podem ter sido capturados por redes de exploração sexual e trabalho forçado. Europol alerta para o crescimento de gangues europeus de tráfico de seres humanos.

Criança em busca de asilo na fronteira entre a Grécia e Macedónia. ROBERT ATANASOVSKI/AFP
Nos últimos dois anos despareceram pelo menos dez mil crianças que procuravam asilo na Europa sem família. É possível que muitas estejam agora nas mãos de redes europeias de tráfico de seres humanos, em crescimento desde o início da maior vaga de refugiados no continente desde a Segunda Guerra Mundial.
O alerta partiu da Europol. É a primeira vez que a polícia europeia tenta calcular o número de crianças em risco de entre as dezenas de milhares que chegaram nos últimos meses em busca de asilo. Segundo a Europol, ao longo do último ano e meio desenvolveram-se grandes e sofisticadas redes europeias de tráfico humano. Operam sobretudo em países como Alemanha ou Hungria – o primeiro é o destino mais popular para quem chega à Europa, e o segundo foi um dos principais pontos de passagem até meados do último ano. Nestes países já foram desmantelados vários gangues de exploração sexual e trabalho forçado de migrantes. Menores e adultos. 
“Há prisões na Alemanha e Hungria em que a vasta maioria dos prisioneiros está lá por actividade criminosa relacionada com a crise dos migrantes”, alerta o director da Europol, Brian Donald, em entrevista ao semanário britânico The Observer – do grupo do diário The Guardian.
É difícil saber quantas crianças foram capturadas por redes como estas, ou até quantas estão ainda desaparecidas. O número redondo revelado este domingo representa os desaparecimentos confirmados por serviços de Estado: ou seja, de menores que se registaram num qualquer país como requerentes de asilo sem acompanhantes e que as autoridades não conseguem agora encontrar.
Algumas destas dez mil crianças podem ter seguido caminho ou encontrado os seus familiares, desaparecendo assim dos lugares onde foram registados. Mas é também possível haver mais do que dez mil menores desaparecidos na Europa. A Europol calcula que, só no último ano, 27% das chegadas tenham sido crianças – o que corresponde a 270 mil menores requerentes de asilo. Destas, a organização Save the Children diz que 26 mil chegaram sem família.
Nas palavras de Brian Donald : “Não é despropositado dizer que procuramos mais de dez mil crianças. Nem todas estarão a ser exploradas de forma criminosa. Não sabemos simplesmente onde é que elas estão, o que estão a fazer e com quem estão.”
“Quer se tenham registado ou não, estamos a falar de cerca de 270 mil crianças. Nem todas chegaram sozinhas, mas temos provas de que uma grande proporção possa realmente estar desacompanhada”, conclui.
Brian Donald é da opinião de que a estimativa de dez mil desaparecimentos é um cálculo conservador. A polícia europeia calcula que só de Itália tenham desaparecido já cinco mil crianças. E na Suécia, em Outubro, responsáveis da cidade de Trelleborg revelaram terem perdido o rasto a cerca de mil crianças que tinham dado entrada apenas um mês antes.
“Menores desacompanhados vindos de zonas de conflito são de longe a população mais vulnerável: [são] aqueles que chegam sem vigilância dos pais, enviados pela família para a Europa para assentarem e depois receberem a família, ou que então fugiram com outros familiares”, explica Mariyana Berket, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
À medida que a crise de refugiados progredia, a Europol começou a aperceber-se de um número crescente de redes de tráfico humano nas travessias pelo Mediterrâneo que eram já conhecidas há anos por funcionarem como gangues de exploração sexual e escravatura na Europa.
“Os [gangues] mais activos no tráfico humano estão agora a aparecer nos nossos ficheiros em casos de tráfico de migrantes”, explica Brian Donald. Segundo diz, há várias organizações humanitárias de apoio a requerentes de asilo nos Balcãs que pedem agora à Europol ajuda para compreenderem melhor as práticas de captura de menores para tráfico.
Brian Donald aconselha mais vigilância. “Estas crianças estão nas comunidades. Se são abusadas, é na própria comunidade. Não estão a ser levadas para o meio de florestas – embora suspeite que algumas o estejam a ser. São visíveis. Como população, devemos estar alerta.”

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US$ 100 MILHÕES DE PROPINA AO “GOVERNO FHC” NA VENDA DA PÉREZ COMPANC

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OPERACÃO PADRÃO: Não estamos em greve, estamos trabalhando.

O que se faz na cadeia com quem rouba merenda de criança carente?

Funcionária cozinha a merenda em uma escola de SP.
São Paulo
Desvios na compra da merenda escolar são um triste clássico da corrupção brasileira. Existem dezenas de episódios pelo país, e mesmo com a denúncia e punição, eles seguem se repetindo. Pior: da Operação Lava Jato, com a compra de milionários navios-sonda, por exemplo, à aquisição de alimentação para as escolas, o esquema básico parece se repetir: formação de cartel e superfaturamento de contratos públicos para obtenção de propinas, depois repassadas tanto aos operadores do esquema com a agentes políticos facilitadores. O caso da vez é em São Paulo e envolve, segundo os investigadores, políticos do PSDB e PMDB e salpica o núcleo de articulação política do Governo Geraldo Alckmin (PSDB).
O escândalo da merenda paulista está sendo investigado pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público e as primeiras prisões aconteceram neste mês. O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado Fernando Capez (PSDB), é citado por funcionários de uma das empresas suspeitas – a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) - como um dos destinatários de propinas para facilitar contratos para a aquisição de sucos de laranja para escolas de diversos municípios. O caso coloca sob suspeita a secretaria da Casa Civil do governador, porque o ex-chefe de gabinete do secretário Edson Aparecido, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, aparece em um grampo telefônico feito pela polícia pedindo dinheiro a integrantes de uma das empresas. Ele foi demitido no último dia 18, na véspera da operação ser deflagrada.
Ainda não se sabe a extensão total do esquema, mas estão sob suspeita compras realizadas nos últimos cinco anos em pelo menos 22 cidades do interior do Estado. “Os vendedores da Coaf pagavam uma série de lobistas, os quais diziam para os vendedores que repassariam propinas para políticos”, explica o promotor Leonardo Romanelli, integrante da força-tarefa montada para investigar o esquema. “Temos prefeitos, deputados federais e estaduais, secretários de educação citados pelos delatores”.
Em 2015 o Governo estadual pagou mais de 11 milhões de reais à Cooperativa por diversos contratos – um crescimento de mais de 4.500%, tendo em vista os 238.000 recebidos no ano anterior. Além das suspeitas que recaem sobre licitações feitas pelo Estado com verba do Governo Federal, os investigadores acreditam que as prefeituras também recebiam propina para assinar contratos com a Coaf.  De acordo com o Ministério Público, as propinas giravam entre 10% e 30% do valor dos contratos.

Em cena, os delatores

Assim como a Lava Jato, a Alba Branca deve lançar mão das delações premiadas, mas o promotor Romanelli afirma que ainda é cedo para tirar conclusões. “Sem dúvida a delação é uma ferramenta importante para chegar à corrupção no poder público”, afirma. “Mas estamos em uma etapa de confrontar o que disseram nos depoimentos preliminares com os contratos públicos e os documentos apreendidos”.
A Coaf tem sede em Bebedouro, e seis funcionários da empresa estão presos. Existe a suspeita de que a companhia fizesse parte de um cartel formado pela Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários de Itápolis (Coagrosol) e a Cooperativa de Citricultores de Engenheiro Coelho (Cocer). Em depoimento, Cassio Izique Chebabi, ex-presidente da Coaf, confirmou que havia combinação de preços entre eles, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Outro funcionário da empresa, Adriano Mauro disse que como o lucro dos contratos de suco de laranja é muito alto, “cerca de 90%”, isso permitia “o pagamento de comissões”. De acordo com o delator, “esse esquema só era possível porque os órgãos públicos se baseavam no preço de supermercado, que se aproximava de 10 reais o litro”. A Coaf vendia por 6,80 reais, sendo que o preço de custo é de 3,70 reais, explica o delator.
A bancada do PT na Assembleia Legislativa informou, por meio de nota, que pedirá a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades na merenda no Estado. "Esperamos que o PSDB não atrapalhe as investigações, e espero, sobretudo, que o presidente da casa Fernando Capez contribua para que se esclareçam as graves acusações feitas contra ele", disse o deputado Geraldo Cruz, líder da bancada petista na Assembleia. Desde o início das denúncias, Capez nega qualquer envolvimento com o caso.

Odebrecht quer indenização por violação de sua vida privada Defesa de Odebrecht questiona o processo eletrônico da Justiça do Paraná que disponibiliza informações para qualquer pessoa




O executivo Marcelo Odebrecht e seus familiares fizeram um pedido de indenização contra a União por supostos vazamentos da Operação Lava Jato que teriam exposto a vida íntima do ex-presidente da Odebrecht, de sua mulher e das filhas.
De acordo com a Folha de S. Paulo, após a prisão de Odebrecht, em junho do ano passado, a Polícia Federal incluiu no processo senhas do banco do executivo, do portão da casa dele em São Paulo e fotos em que uma das filhas aparece no hospital, revelou o advogado da família, Marcelo Ferro.
A defesa de Odebrecht explica que ação não visa atingir o juiz Sergio Moro nem a retirada de provas da ação penal, mas pedir a alteração do sistema pelo qual essas informações são transmitidas para o processo eletrônico da Justiça do Paraná.
"Não há acusações contra o juiz nem contra servidores. O que queremos é cessar a violação da vida privada do Marcelo e seus familiares por conta de uma falha no sistema eletrônica da Justiça no Paraná", esclarece Ferro.
Segundo a publicação, o sistema atual da Polícia Federal faz, por exemplo, uma operação de busca e apreensão, escaneia os documentos e inclui no processo aqueles que julgar relevantes por meio de uma rede digital, similar a uma intranet.
No entanto, como o processo é público, as informações enviadas eletronicamente para a ação podem ser acessadas por qualquer pessoa.
O advogado de Odebrecht solicita que as informações de caráter privado sejam enviadas ao juiz não mais por meio da rede, mas gravadas em discos. Para que não fiquem expostas publicamente.
A defesa ingressou com a ação em novembro em uma vara da Justiça federal em São Paulo. A juíza Tatiana Pattaro Pereira aceitou a ação de indenização, mas destacou que não teria competência para tratar do sistema eletrônico da Justiça do Paraná.
Ainda segundo a Folha, Ferro também ingressou com um recurso ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que julga as apelações em São Paulo, no qual questiona a decisão da juíza de que não poderia julgar o sistema eletrônico da Justiça do Paraná.
O advogado reforça que, embora seja uma ação indenizatória, ela não tem "sentido argentário" nem ele estabeleceu um valor para a causa. "O que o juiz der está bom. Pode ser R$ 1. Queremos evitar a violação da vida íntima do Marcelo", destaca o advogado.