Por Hamid Shalizi e Andrew MacAskill
CABUL (Reuters) - Militares dos Estados Unidos reconheceram neste sábado que podem ter bombardeado um hospital administrado pelo grupo da organização humanitária Médicos sem Fronteiras na cidade afegã de Kunduz em um ataque aéreo que matou pelo menos nove pessoas e feriu 37.
O incidente poderia renovar preocupações sobre o uso do poder aéreo dos EUA no Afeganistão, uma questão controversa. O ex-presidente Hamid Karzai se desentendeu com seus apoiadores em Washington sobre o número de civis mortos por bombas.
Os combates se desenrolaram ao redor da capital provincial de Kunduz conforme forças do governo apoiadas pelo poder aéreo norte-americano procuram expulsar militantes do Taliban que tomaram a cidade há seis dias na maior vitória de sua insurgência de quase 14 anos.
Apesar de o governo alegar ter tomado o controle da área, uma competição acirrada com o Taliban continua. Forças de segurança afegãs abriram caminho em Kunduz, há três dias, mas as batalhas continuam em muitos lugares, com o Taliban se escondendo nas casas das pessoas.
As forças dos EUA lançaram um ataque aéreo às 02h15 da madrugada, disse o porta-voz, coronel Brian Tribus, em comunicado.
"O ataque pode ter resultado em dano colateral a um centro médico nas proximidades", acrescentou. "Este incidente está sob investigação."
No hospital bombardeado do grupo humanitário, uma parede desabou, espalhando fragmentos de vidro e molduras de portas de madeira, e três quartos ficaram em chamas, disse Saad Mukhtar, diretor de saúde pública em Kunduz.
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