Países europeus concordaram em abrir mais 100 mil vagas em centros de recepção a refugiados após reunião de emergência em Bruxelas, na Bélgica, sede da União Europeia.
Os líderes de 11 países da UE e outras três nações de fora do grupo se encontraram para debater maneiras de lidar com o número crescente de migrantes. A maioria desses imigrantes, que incluem refugiados dos conflitos em Síria, Iraque e Afeganistão, quer asilo político na Alemanha, país que mais tem recebido pessoas nos últimos meses.
Mais de nove mil migrantes chegaram na Grécia todos os dias na última semana, o índice mais alto do ano até agora.
O fluxo de imigrantes está causando verdadeiros engarrafamentos humanos em diversos países europeus e os governos acusam um aos outros de simplesmente transferir as pessoas em busca de asilo, passando adiante o problema.
Em Bruxelas, a Grécia concordou em abrir centros de recepção com lugar para 30 mil pessoas até o fim do ano.
Centros de recepção com mais 50 mil vagas serão abertos em países dos Bálcãs, que são as rotas mais populares para os migrantes que tentam chegar à Alemanha e à Escandinávia.
Também como parte do acordo, os países concordaram em:
- Dentro de uma semana, enviar 400 policiais para a Eslovênia, que tem dificuldades para lidar com o número de pessoas entrando no país;
- Realizar ações para "desencorajar" a ida de migrantes para as fronteiras de países vizinhos dos seus locais de chegada "sem informá-los";
- Designar autoridades em cada país que possam informar aos outros sobre os números de migrantes que chegam e saem de seu território.
"Este é um dos testes mais difíceis que a Europa já enfrentou", disse a chanceler alemã Angela Merkel.
Chegada de migrantes à Grécia
47.985
pessoas chegaram às ilhas gregas entre 17 e 21 de outubro
- 50.000 novos lugares criadas em centros de recepção na Grécia até janeiro
- 50.000 novos lugares serão criados em países vizinhos
- 60.000 pessoas chegaram à Eslovênia nos últimos 10 dias
Ameaça não cumprida
Países dos Bálcãs – como Bulgária, Romênia e Sérvia – dizem não ter recursos suficientes para lidar com o número de migrantes chegando à região.
O gargalo também foi criado pela decisão da Hungria de fechar suas fronteiras com a Servia e a Croácia, forçando os migrantes a buscar rotas alternativas para o norte.
As nações balcânicas querem pressionar a UE adotar controles imigratórios mais rígidos na chegada dos imigrantes à Grécia e Turquia, os principais pontos de entrada.
O primeiro-ministro da Croácia, Zoran Milanovic, e o presidente da Eslovênia, Borut Pahor, disseram que as negociações deste domingo só seriam um sucesso caso houvesse um acordo sobre estes controles. No entanto, os países não chegaram a uma conclusão sobre medidas neste sentido.
A correspondente da BBC News em Bruxelas Lucy Williamson, disse que o encontro foi marcado por "resmungos, súplicas e muitas respostas ácidas".
"Às vezes era difícil lembrar que todos os líderes aqui diziam querer a mesma coisa: pôr um fim ao caos que é cada vez mais presente nas rotas de migração pelos Bálcãs. Eles não concordam sobre a maneira de fazê-lo."
O fechamento de fronteiras poderá tornar ainda mais grave a situação das massas de imigrantes que vêm entrando em território europeu, especialmente no momento em que o inverno no continente se aproxima.
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