segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Cirurgias mamárias levam autoestima a 37 mulheres brasilienses Trabalho voluntário feito na rede pública garante a reconstrução das mamas de quem teve ou está em tratamento contra o câncer. No DF, é a quinta vez que ocorre a ação

Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press


O sábado se revelou um dia de vitória para várias mulheres do Distrito Federal. Em homenagem ao Outubro Rosa, foram realizadas 37 cirurgias voluntárias em quem teve ou ainda tem câncer de mama. Parte delas envolveu a reconstrução mamária, realizada naquelas que fizeram a mastectomia (retirada de tumores), em uma parceria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica com a Secretaria de Saúde do DF. O atendimento a 17 pacientes ocorreu no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), no Hospital das Forças Armadas (HFA), no Hospital Regional de Santa Maria, no Hospital Regional de Sobradinho, no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e no Instituto Capital Brasil.

Uma das beneficiadas é Bernadete da Silva, 49 anos, que viu uma amiga morrer da doença. Ela começou o tratamento contra o câncer em 2011 e retirou o seio esquerdo em 2012. “É difícil, ainda mais levando em conta que eu estava meio careca pelo tratamento. Mas era necessário para me livrar da doença, então, procurei não me abalar”, relatou. No início do ano, ela fez a reconstrução mamária e, ontem, simetrização e reconstituição da aréola e do mamilo. “Não vejo a hora de me olhar no espelho”, disse, emocionada, poucas horas após a cirurgia.


Trata-se da quinta vez que ocorre a ação. Para a presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Rosângela Santini, o mutirão se mostra importante porque resgata a autoestima das mulheres e diminui a fila no SUS — as primeiras na lista de espera são contempladas. “Vale destacar que muitos profissionais se mobilizaram para fazer o trabalho voluntário, mesmo em um período de greve na saúde, que nós apoiamos, mas não deixamos de lado um ato de solidariedade”, afirmou.

O coordenador de Cirurgias Plásticas da Secretaria de Saúde e organizador da ação, José Adorno, acrescentou que é preciso mudar a imagem difundida da especialização e chamar a atenção do governo. “A estética é sempre muito comentada, mas o papel principal da cirurgia plástica é o social. Essas mulheres que tiveram um membro do corpo amputado precisam de um serviço público que garanta a reconstituição. Isso é tão importante quanto a mastectomia, e nós precisamos de profissionais, de espaço e de materiais”, defendeu
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