domingo, 25 de outubro de 2015

Papa Francisco critica bispos com "corações fechados" ao encerrar sínodo

Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco, ao encerrar uma controversa reunião de bispos sobre questões familiares, neste sábado, censurou líderes imutáveis da Igreja que "enterram a cabeça na areia" e se escondem atrás de doutrina rígida enquanto as famílias sofrem.
O papa falou no final de um encontro de três semanas, conhecido como sínodo, onde bispos concordaram em uma abertura restrita para divorciados que se casaram novamente fora da Igreja Católica, mas rejeitaram pedidos de adoção de uma linguagem mais acolhedora em relação aos homossexuais.
Esse foi a mais recente de uma série de advertências do pontífice aos bispos, que ressaltou desde a sua eleição em 2013 que a Igreja 1,2 bilhão de membros deve estar aberta a mudanças, ao lado dos mais pobres e deve livrar-se da pompa e conservadorismo que tem afastado tantos católicos.
Em seu discurso final, o papa pareceu criticar ultraconservadores, dizendo que os líderes da Igreja devem enfrentar questões difíceis "sem medo, sem enterrar nossas cabeças na areia."
Ele disse que o sínodo tinha "desnudado os corações fechados que freqüentemente se escondem por trás até mesmo dos ensinamentos da Igreja ou de boas intenções, a fim de se sentar na cadeira de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, casos difíceis e famílias feridas."
Ele também denunciou "teorias da conspiração" e as "visões limitadas" de alguns participantes no encontro, e disse que a Igreja não pode transmitir a sua mensagem para as novas gerações "às vezes incrustadas em uma linguagem que é arcaica ou simplesmente incompreensível".
O resultado de um encontro no Vaticano, presidido pelo papa Francisco, marcou uma vitória dos conservadores na questão homossexual e dos progressistas sobre a espinhosa questão do novo casamento.

O documento final do sínodo reafirmou os ensinamentos da Igreja de que os gays não devem sofrer discriminação na sociedade, mas também repetiu a posição de que "não há qualquer fundamento" para o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que "não pode nem mesmo remotamente" ser comparado a uniões heterossexuais.

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