Mais de 700 mil imigrantes e refugiados chegaram à Europa pelo Mediterrâneo neste ano e 3.210 morreram ou estão desaparecidos, informou nesta terça-feira (27) a Acnur (agência da ONU para os Refugiados), de acordo com a France Presse.
O número é recorde e supera de longe o do ano passado (de pouco mais de 200 mil) e as estimativas para este ano, que previam que o número de 700 mil seria atingido apenas no fim de dezembro.
Segundo a agência da ONU, um total de 705.200 migrantes e refugiados cruzaram o Mediterrâneo no decorrer deste ano, dos quais 562.355 chegaram à Grécia e 140 mil à Itália.
O recorde anterior tinha sido atingido no ano de 2014, com 207 mil pessoas fazendo a travessia, segundo dados divulgados em 10 de dezembro pela Acnur. Antes disso, o maior número havia sido em 2011, no pior momento da guerra civil na Líbia: 70 mil.
A maioria das pessoas que chegam vêm da Síria. Na Grécia, os sírios representam 64% das chegadas.
Mau tempo
“O número de chegadas continua aumentando” na Grécia, “apesar da deterioração das condições meteorológicas nesta semana”, afirmou a OIM (Organização Internacional de Migrações), em uma nota enviada à imprensa. A nota diz ainda que, devido ao mau tempo, tem sido cada vez mais difícil acompanhar o número de migrantes em barcos na área.
“O número de chegadas continua aumentando” na Grécia, “apesar da deterioração das condições meteorológicas nesta semana”, afirmou a OIM (Organização Internacional de Migrações), em uma nota enviada à imprensa. A nota diz ainda que, devido ao mau tempo, tem sido cada vez mais difícil acompanhar o número de migrantes em barcos na área.
De acordo com a organização, 5.239 pessoas chegaram à Grécia no último sábado e 4.199, no domingo. Desde o início do mês de outubro, mais de 160 mil pessoas chegaram à Grécia partindo da Turquia, e a maioria (99 mil) desembarcaram na ilha de Lesbos.
A chegada do inverno no Hemisfério Norte preocupa. Em meados de outubro, a ONU conclamou a União Europeia a estabelecer rapidamente centros de recepção adequados na Grécia para registrar pessoas que buscam asilo e então distribui-las pelo bloco antes que o frio piore.
"Essa não é uma crise que está sendo organizada de forma adequada no momento. É essencial que estas medidas aconteçam", disse no último dia 16 o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Adrian Edwards, em entrevista a jornalistas em Genebra, de acordo com a Reuters.
Novas vagas de acolhimento
A União Europeia (UE) anunciou nesta segunda-feira (26) a criação de 100 mil vagas de acolhimento para os refugiados na Grécia e outros países dos Bálcãs, com o objetivo de administrar de modo mais eficiente a crise migratória sem precedentes, após uma mini-reunião de cúpula em Bruxelas.
Pelo menos 50 mil vagas serão criadas na Grécia, e as outras 50 mil na rota dos Bálcãs, em países como Macedônia e Sérvia, anunciou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anfitrião da reunião.
Militares contra tráfico de migrantes
No início deste mês, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma operação militar europeia para interceptar e eliminar embarcações de traficantes de migrantes no Mar Mediterrâneo ao largo da costa da Líbia.
No início deste mês, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma operação militar europeia para interceptar e eliminar embarcações de traficantes de migrantes no Mar Mediterrâneo ao largo da costa da Líbia.
Os quinze países do Conselho aprovaram a resolução com 14 votos a favor e a abstenção da Venezuela, cujo representante no órgão advertiu que para seu país é equivocado aplicar soluções militares para problemas migratórios.
Com a resolução, proposta pela Grã-Bretanha, as Nações Unidas deram aval a uma operação já aplicada pelas forças navais da União Europeia para tentar conter o fluxo de milhares de migrantes e refugiados.
O texto aprovado autoriza "inspecionar em alto mar e ao largo da costa da Líbia as embarcações suspeitas de serem utilizadas" para levar pessoas de forma clandestina para a Europa.
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