sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Lula reconhece gravidade da crise em propaganda petista legenda aposta em resposta nas ruas às manifestações do último domingo (16)

Lula avisa, em propaganda petista, que 'Brasil vai voltar a crescer'Heinrich Aikawa/17.07.2015/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou nesta terça-feira (18) inserções de TV nas quais reconhece a gravidade da crise econômica e pede a união nacional para o País encontrar a saída.
"O Brasil vai voltar a crescer", diz Lula no final da propaganda que vai ao ar sábado (22).
As inserções fazem parte da estratégia para consolidar a recuperação do governo e jogar para a oposição parte da responsabilidade pela crise.
Com base em pesquisas internas, o PT identificou um campo fértil para plantar a ideia de que a oposição estimula o "quanto pior, melhor" com o objetivo de derrubar a presidente Dilma Rousseff e assumir o governo.
Assim o PT também alinha seu discurso a setores do empresariado que têm se posicionado publicamente pela unidade contra a crise econômica.
Além disso a legenda aposta em uma resposta nas ruas às manifestações que pediram o impeachment de Dilma realizadas em todo o País no último domingo (16).
Discurso
A avaliação no PT é de que os protestos contra o governo devem diminuir mas não vão acabar e que a saída é mobilizar setores que pensam o contrário.
Para garantir o apoio de grupos refratários ao governo e ao PT, como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), aos atos marcados para esta quinta-feira (20), a sigla admitiu adaptar as inserções de rádio e TV veiculadas ontem, nas quais convida para as manifestações de amanhã, ao discurso destes movimentos.
As inserções chamam à "defesa da democracia" mas em momento algum falam em "golpe", termo preferido dos petistas para se referir às movimentações pelo impeachment de Dilma.
"Temos o cuidado de evitar que soasse como uma tentativa de partidarizar os atos, a exemplo do que o PSDB fez com as manifestações de domingo", disse o secretário de Comunicação do PT, José Américo Dias.
Nos últimos dias a frágil unidade dos mais de 20 movimentos que organizam os atos cujo lema é "Tomar as Ruas por Direitos, Liberdade e Democracia! Contra a Direita e o Ajuste Fiscal" , foi ameaçada por divergências internas, principalmente em relação ao pedido de impeachment de Dilma.
"Não somos a favor do 'Fora Dilma'. Mas em princípio não somos contra a ideia de o povo ir às ruas e derrubar o governo. O problema é que se Dilma sair vai entrar alguém pior", disse Guilherme Boulos, do MTST.

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