sábado, 29 de agosto de 2015

Sérgio Moro defende a delação premiada: 'é traição entre criminosos' Juiz disse que 'regra' é apurar denúncia para encontrar provas. Responsável pela Operação Lava Jato participou de seminário em SP.

O juiz Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava a Jato, defendeu neste sábado (29) a delação premiada. Ele participou de um seminário na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Jabaquara, Zona Sul de São Paulo.
"Às vezes, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas de crimes são os próprios criminosos", afirmou. "É traição? É traição, mas é uma traição entre criminosos. Não se está traindo a Inconfidência Mineira, não se está traindo Resistência Francesa."
VÍDEO: entenda a delação premiada.

delação premiada é um acordo firmado com o Ministério Público e a Polícia Federal pelo qual o réu ou suspeito de cometer crimes se compromete a colaborar com as investigações e denunciar os integrantes da organização criminosa em troca de benefícios, como redução da pena. Essa colaboração está prevista na lei 12.805, de 5 de agosto de 2013.

Moro disse neste sábado que a delação ou colaboração premiada enfrenta preconceitos no Brasil, a ponto de muitos escritórios de advocacia não fazerem esse tipo de acordo, alegando questões éticas. Para ele, no entanto, a delação serve para apurar casos corrupção.
O juiz citou casos em que a delação premiada colaborou na resolução de crimes nos Estados Unidos e na Itália. Como exemplo, falou da Operação Mãos Limpas, levada a cabo nos anos 1990 na Itália para expor uma rede de corrupção que dominava a vida política e econônica do país. 

"Então, uma das regras – e esta é uma regra muito importante na colaboração premiada – é que tudo que o colaborador disser precisa encontrar prova de corroboração. Tudo tem de ser checado e tem de ser colhido", delcarou. 

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