O jornal norte-americano "The New York Times" publicou em seu site um texto sobre a situação política no Brasil e a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
"As acusações são nada menos que avassaladoras: Promotores dizem que Eduardo Cunha, presidente da Câmara, recebeu cerca de 40 milhões de dólares em subornos para ele e seus aliados, saqueando a Petrobras, a companhia de petróleo comandada pelo governo, enquanto lavou dinheiro por meio de uma igreja evangélica", diz a publicação.
No artigo, o "NYT" cita ainda as declarações que Cunha deu após a entrega da denúncia no STF e as alegações do deputado de que está sendo perseguido pela PGR. " 'Renunciar não é parte do meu vocabulário', disse Cunha, de 56 anos, na sexta-feira. Ele alegou inocência e argumentou que os promotores o estão perseguindo, numa tentativa de desviar a culpa do partido da presidente Dilma Rousseff, o Partidos dos Trabalhadores, no colossal escândalo da Petrobras", afirmou o jornal. Nesta quinta-feira (20), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao Supremo Tribunal Federal a denúncia contra Cunha, um dos políticos investigados pela Operação Lava Jato. No documento, o procurador diz que Cunha recebeu propina para intermediar contratos de compra de navios-sonda pela Petrobras. Também diz que o deputado usou uma igreja em Campinas para lavar o dinheiro.Se o tribunal aceitar a denúncia, o presidente da Câmara passará a ser réu no processo. Cunha nega as acusações.
O "NYT" diz ainda que "os escândalos envolvendo um figura proeminente atrás da outras estão levando o Brasil para a mais aguda crise política desde o restabelecimento da democracia".
De acordo com o jornal, a permanência de Cunha no comando da Câmara fará que a "resistência do Congresso seja testada ainda mais".
O artigo chama Cunha de um dos maiores rivais de Dilma e lembra que recentemente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou a dar mais apoio para a presidente. Segundo a publicação, o apoio de Renan "pode ser crucial" para Dilma na crise política.
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