terça-feira, 25 de agosto de 2015

Liberação de 30 metros na Orla do Lago deve seguir durante dois anos A desocupação teve início na casa do deputado federal Izalci Lucas, que derrubou as construções ilegais no dia anterior. Governo estuda o futuro de piscinas e quadras na área


O primeiro dia da operação para desocupar a orla do Lago Paranoá devolveu a área invadida por quatro mansões no bairro mais nobre do Distrito Federal à população. A ação para deixar o acesso livre em uma faixa de 30m a partir da margem começou pela QL 12 do Lago Sul, a Península dos Ministros — só ontem foram 240m de cercas e 40m de chapas metálicas. Servidores do GDF derrubaram muros e cercas do terreno cercado ilegalmente, enquanto piscina e quadras de esporte ficaram para o uso público. Nessa primeira etapa, 47 lotes serão alvo da ação. A ocupação ordenada, a manutenção do espaço público e a segurança dependem de um projeto a ser elaborado pelo governo e da construção do Plano de Recuperação da Área Degradada.

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A ação de derrubada na Península dos Ministros começou às 9h, pelo Conjunto 8. Na primeira casa, a do deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), as cercas já haviam sido derrubadas no domingo. Os moradores chamaram técnicos da Secretaria de Gestão do Território e Habitação (Segeth) para demarcar o terreno e recuar a cerca ao tamanho original (leia mais na página 20). Nos lotes seguintes, foi preciso usar tratores para retirar as cercas que impediam o acesso da população à orla do lago. Para garantir o caminho livre, foi publicado no Diário Oficial do DF de hoje o Decreto nº 36.689, que altera os limites do Parque Ecológico da Península Sul, interligado com o Parque do Morro do Asa Delta, na QL 14.
Ed Alves/CB/D.A Press


Na terceira casa, uma piscina com direito a hidromassagem também passou a ser de uso público. A demarcação realizada pelos servidores da Segeth indicam que até mesmo parte de uma academia, construída em uma espécie de puxadinho, ocupa a faixa de 30m. Uma outra piscina que estava em obras precisou ser aterrada para garantir a segurança de quem passar pelo local. O projeto, no entanto, já estava embargado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), segundo servidores do GDF que trabalhavam no local.

A diretora da Agência de Fiscalização (Agefis), Bruna Pinheiro, considerou bem-sucedida a operação, sem a resistência de moradores, mas apontou alguns problemas. “Tivemos um imprevisto com o trator porque havia um espaço recém-aterrado em cima do lago”, disse. No caso da academia, em que parte da área é pública, ainda precisa ser discutido. “Ou vai ficar disponível para o uso da população, ou o morador vai demolir”, concluiu Bruna.

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não participou das operações de derrubada, mas acompanhou toda a ação a distância. “Isso humaniza a cidade e representa um passo em direção à civilidade”, comentou o governador. Rollemberg disse que é preciso “mudar o paradigma com relação às terras públicas na cidade”. “Algumas das decisões mais difíceis do nosso governo foram nessa área. Mas a população tem reconhecido a importância disso para a cidade. Tivemos que fazer operações duras em Vicente Pires e no Sol Nascente. Mas em breve começaremos as obras dos equipamentos públicos.

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