Após testes promissores em animais, cientistas afirmam estar próximos de desenvolver uma vacina de longa duração que proteja contra qualquer tipo de gripe.
Duas equipes norte-americanas, que trabalham separadamente, tiveram sucesso ao atacar uma parte estável do vírus da gripe.
Isso poderia eliminar o principal problema das atuais vacinas contra a doença, que devem ser tomadas anualmente porque atacam partes mutantes do vírus.
A prova de conceito (estudo para comprovar uma teoria) da pesquisa foi publicada na revista científica Nature Medicine.
Agora, serão necessários novos estudos para confirmar se o método irá funcionar em humanos.
Enquanto isso, especialistas afirmam que as pessoas devem continuar recebendo suas doses anuais contra a gripe, uma vez que a vacinação ainda é a melhor maneira de se proteger contra uma infecção pela doença.
Dose universal
A injeção convencional da vacina mira moléculas que estão na superfície dos vírus – e que mudam constantemente.
Imagine que o vírus da gripe é uma bola com vários pirulitos, dotados de hastes, espetados do lado de fora.
Esses pirulitos mudam todos os anos, mas as hastes permanecem as mesmas. São elas o novo foco dos cientistas na busca por uma vacina universal.
Várias equipes diferentes de pesquisadores vêm testando potenciais candidatas, mas tem sido um desafio desenvolver algo que possa ser usado numa vacina sem que isso envolva a "cabeça" do pirulito da molécula hemaglutinina (proteína do vírus).
Segundo John Oxford, especialista em gripe da Universidade de Londres, esse trabalho recente parece particularmente promissor. Ele chama os resultados de um grande dia para ciência.
"É um salto adiante quando comparado com tudo o que foi realizado recentemente. Eles têm bons dados de testes em animais, não só em ratos, mas também em furões e em macacos. E conseguiram isso com o vírus da gripe aviária H5N1", afirmou.
"É um ótimo trampolim. Enfim, a esperança é alcançar uma vacina que abrangerá todo o vírus pandêmico."
Sarah Gilbert, professor de vacinologia da Universidade de Oxford, pondera: "É um avanço incrível, mas as novas vacinas agora precisam passar por testes clínicos para vermos o quão bem elas funcionam em humanos".
"Esse será o próximo estágio da pesquisa, que deve levar vários anos. Então, ainda há um bom caminho antes de termos melhores vacinas contra a gripe", acrescentou.
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