terça-feira, 9 de junho de 2015

Pacientes em estado crítico farão exames para detectar superbactérias Apesar do governo descartar o surto, o plano segue diretrizes aplicadas em ações antissurto no Rio Grande do Sul, em 2013, e no Rio de Janeiro ano passado

A Secretaria de Saúde anunciou na tarde desta terça-feira (9/6) o plano distrital de enfrentamento à resistência bacteriana. A partir de agora, todos os pacientes em estado crítico passarão por exames que irão detectar as suspeitas de superbactérias. 

Ed Alves/CB/D.A Press


O plano frisa questões de higiene hospitalar, trato com o paciente contaminado e uso racional de antibióticos. Farmacêuticos serão realocados para acompanhar o uso de antibióticos na rede pública. Segundo a pasta, capotes, luvas, gorros e materiais de limpeza em geral estão garantidos para os próximos seis meses. "Tivemos um desabastecimento, mas vamos garantir que isso não ocorra mais", afirmou o secretário de saúde, João Batista de Sousa.

A medida foi em resposta à cobrança da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A autarquia federal exigiu explicações do GDF sobre como enfrentará a endemia de superbactérias. Ontem, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, se mostrou insatisfeito com a demora do governo local em tomar providencias para conter o avanço das superbactérias nas redes pública e privada do DF. A medida não prevê custos para os cofres públicos.

Apesar do governo descartar o surto, o plano segue diretrizes aplicadas em ações antissurto no Rio Grande do Sul, em 2013, e no Rio de Janeiro ano passado. A força tarefa deve atingir todos os hospitais da rede pública. Lavar as mãos e o uso de capotes, luvas e gorros para lidar com pessoas infectadas passa a ser item de primeira necessidade, apesar de já serem protocolos de segurança definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O transporte de pacientes, seja interno ou externo, será mais atento à higiene. Agora, ambulâncias e macas serão limpas para serem utilizadas por outros pacientes. A SES ressalta que o combate a bactérias multirresistentes é difícil pois não há medicamentos potenciais contra esses organismos.

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Como o Correio divulgou no último sábado (6/6), toda a rede pública e algumas unidades privadas têm a presença da superbactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC). São ao menos 200 pessoas colonizadas, ou seja: têm a bactéria no organismo, e dessas, 107 já desenvolveram a infecção. Nenhum serviço médico foi interrompido. A 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) do MPDFT está investigando o que favoreceu o aumento dos casos de superbactéria. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) pediu agilidade na apuração.

Na última sexta-feira a Secretaria de Saúde assumiu a endemia (aumento repentino do número de casos). Ao todo quatro pessoas morreram desde 28 de maio, quando casos de pacientes da rede pública infectados com superbactérias vieram à tona. Todas tinham o mesmo perfil: mulheres idosas internadas há pelo menos um mês. Sete pessoas continuam em isolamento nos hospitais regionais de Taguatinga, Guará, Santa Maria e Sobradinho.

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