segunda-feira, 22 de junho de 2015

Governo pode reduzir meta de inflação de 2017 para recuperar credibilidade, diz fonte




Sede do Banco Central em Brasília.  15/1/2014.  REUTERS/Ueslei Marcelino
Por Alonso Soto e Silvio Cascione
BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal está considerando reduzir sua meta de inflação de 2017 para mostrar ao mercado seu compromisso de combater a inflação elevada, disse à Reuters uma fonte do governo próxima das negociações nesta segunda-feira.
A fonte, que preferiu não ser identificada porque essa discussão não é pública, não quis dizer se o governo pretende estabelecer uma meta mais baixa do que a atual, de 4,5 por cento, ou reduzir o intervalo de tolerância, que fica entre 2,5 por cento e 6,5 por cento.
Para 2015 e 2016, o governo estabeleceu meta de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para baixo ou para cima.
Uma mudança na meta seria a primeira desde 2004, quando o governo diminuiu o intervalo da meta de 2006 de 2,5 pontos percentuais para 2 pontos.
O Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central, deve se reunir na quinta-feira para decidir sobre a meta. O Banco Central tem até 30 de junho para estabelecer a meta de 2017, de acordo com a legislação.
"É possível que a meta de 2017 seja revisada", disse a fonte. "A ideia era trabalhar com metas menores no segundo mandato."
A fonte não comentou sobre a possibilidade desta mudança ocorrer na reunião de quinta-feira. Os Ministérios da Fazenda e do Planejamento e o Banco Central não quiseram comentar.

A inflação persistentemente elevada se transformou numa grande dor de cabeça para a presidente Dilma Rousseff, que prometeu fazer tudo para derrubar os preços no segundo mandato iniciado neste ano. A inflação anual subiu para 8,8 por cento no mês até meados de junho.  

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