segunda-feira, 15 de junho de 2015

França fecha fronteira e esquenta crise na UE Imigrantes foram barrados na cidade italiana de Ventimiglia

Barrados, imigrantes estão vivendo na rua em Ventimiglia (foto: EPA)
Barrados, imigrantes estão vivendo na rua em Ventimiglia (foto: EPA) ROMAZLR
(ANSA) - Ventimiglia, uma pequena cidade italiana situada na fronteira com a França, está sendo palco de mais um episódio da crise migratória que tem deixado a Europa sem reação.

Neste domingo (14), cerca de 100 imigrantes protestaram no município contra a decisão das autoridades francesas de fechar a divisa para pedestres com a Itália, violando um dos pilares da União Europeia, que é a livre circulação entre seus Estados-membros.

Há dias que o grupo tenta cruzar a passagem e chegar à França, mas tem sido constantemente impedido pela polícia do país. Aos coros de "Direitos humanos!" e "Abram a fronteira!", os imigrantes são acompanhados pela Cruz Vermelha e por alguns jovens da região, que levam medicamentos, comida e roupas.

"É indigno deixar seres humanos assim, e acho que todos nós podemos contribuir para ajudá-los", diz a voluntária Irene. Durante as noites, o grupo se abriga nas rochas da ponte San Ludovico, onde fica a divisa entre os dois países.

As pessoas bloqueadas em Ventimiglia são provenientes sobretudo de Eritreia, Somália, Costa do Marfim e Sudão e desejam seguir para Alemanha, Áustria, Suécia e França, onde vivem seus parentes ou numerosas comunidades de suas nacionalidades.

"Paris está tratando os imigrantes como correspondências devolvidas para o remetente, é vergonhoso", afirma um comunicado de deputados do partido italiano Movimento 5 Estrelas (M5S). Nos próximos dias 25 e 26 de junho, o Conselho Europeu, órgão que reúne os chefes de Estado e governo das 28 nações da União Europeia, discutirá a resposta do bloco para a crise migratória.

Com a crescente oposição à proposta da Itália de redistribuir os imigrantes ilegais que chegam no país, o primeiro-ministro Matteo Renzi prometeu elevar o tom nos debates. "A nossa voz se fará ouvir. Se o Conselho Europeu acolher a solidariedade, ótimo. Do contrário, temos um plano B", disse. (ANSA)
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