Troca de e-mails – interceptada pela Polícia Federal – entre investigados na Operação Lava Jato revela que executivos da Odebrecht e da Braskem tratavam por escrito de “sobrepreço” em contratos relacionados a sondas.
A Lava Jato realizou nesta sexta-feira (19) a 14ª fase da operação, na qual foram presos executivos de duas empreiteiras, entre eles o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e os executivos Marcio Faria e Rogerio Araujo.
Os três receberam e-mail no qual um executivo da Braskem afirma que "falou com André em um sobrepreço no contrato de operação da ordem de US$ 20/25 mil/ dia (por sonda)”.
A mensagem, datada de 21 de março de 2011, continua: “Acho que temos que pensar bem em como envolver a UTC e OAS, para que eles não venham a se tornar futuros concorrentes na área de afretamento e operação de sondas”.
Segundo a Polícia Federal, os executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez, alvos da nova fase, tinham conhecimento e participavam das negociações do suposto cartel formado por empreiteiras com contratos na Petrobras.
Em documento que analisa a troca de e-mails, a PF suspeita que "haveria pagamentos indevidos sendo feitos no presente momento em relação as sondas NORBE IX, NORBE VIII [...] em uma estimativa de US$ 7,5 a 9 milhões por sonda/ano, considerando uma operação média de 300 dias por ano". Os "Norbes" são navios sondas da empresa que prestam serviço à Petrobras.
Em nota, a Odebrecht afirmou que os mandados realizados na 14ª fase da Lava Jato são “desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos […] sempre estiveram à disposição das autoridades".
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