domingo, 24 de maio de 2015

Israel agradece a EUA por posição na ONU contra proibição de armas nucleares no Oriente Médio

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu ao secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, por ter bloqueado uma tentativa liderada pelo Egito de levar adiante uma possível proibição de armas nucleares no Oriente Médio, durante uma conferência da ONU, disse um representante do governo israelense neste sábado.
Trata-se de uma rara mensagem de agradecimento feita por Netanyahu, que tem frequentemente acusado o presidente dos EUA, Barack Obama, de prejudicar a segurança de Israel ao tentar fechar um acordo nuclear com o Irã.
Uma conferência de um mês para a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear de 1970 (TPN) terminou sem avanços na sexta-feira, devido aos desentendimentos sobre a proibição de armas nucleares no Oriente Médio. Washington culpou o Egito pelo fracasso, e os egípcios em troca culparam as delegações dos EUA, da Grã-Bretanha e do Canadá pelo impasse.
Netanyahu falou com Kerry "para transmitir seu apreço ao presidente Obama e ao secretário", disse uma autoridade israelense que pediu para não ser identificada.
"Os Estados Unidos mantiveram seu compromisso com Israel ao prevenirem uma resolução sobre o Oriente Médio que iria discriminar Israel e ignorar seus interesses de segurança, assim como as ameaças impostas ao país por um Oriente Médio cada vez mais turbulento", acrescentou o representante do governo.
Israel também agradeceu à Grã-Bretanha e ao Canadá por terem se juntado aos Estados Unidos em impedir um consenso durante a conferência, disse a autoridade.
No mês passado, o Egito, apoiado por outros países árabes e não alinhados, propôs que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocasse dentro de 180 dias uma conferência regional sobre a proibição de armas de destruição em massa, como havia sido acordado na reunião de revisão do TPN realizada em 2010.
De acordo com a proposta do Egito, a conferência ocorreria com ou sem a participação de Israel, e poderia ser realizada mesmo sem um entendimento sobre uma agenda ou a discussão de questões regionais de segurança – duas das condições colocadas por Israel para participar.

Israel não confirma nem nega a ampla suposição de que controla o único arsenal nuclear do Oriente Médio.

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