sábado, 30 de maio de 2015

EUA retiram Cuba da lista de terrorismo

"O prazo de 45 dias de notificação ao Congresso expirou
O prazo de 45 dias de notificação ao Congresso expirou

Os Estados Unidos retiraram formalmente nesta sexta-feira Cuba da sua lista de países que patrocinam ações de terrorismo. Em nota oficial, o porta-voz da chancelaria norte-americana, Jeff Rathke, disse que “O prazo de 45 dias de notificação ao Congresso expirou, e o Secretário de Estado tomou a decisão final de rescindir a designação de Cuba como Estado Patrocinador do Terrorismo, que se torna efetiva hoje, 29 de maio”.
No dia 5 de maio, os Estados Unidos informaram sobre a autorização do transporte de passageiros marítimo por ferryboat entre o país e Cuba. A informação foi divulgada pelo Departamento do Tesouro norte-americano, que também anunciou que está emitindo licenças para autorizar o serviço. É a primeira vez em 50 anos que o transporte será permitido.
De acordo com políticos americanos, as relações diplomáticas entre Cuba e os EUA devem ser restabelecidas em pouco tempo. O senador Tom Udall afirmou na quarta-feira que a abertura de uma embaixada americana em Cuba deve ocorrer “em questão de semanas”. Autoridades dos dois países disseram estar bem próximas de solucionar os últimos impasses para a reestruturação das missões diplomáticas.
A distância entre os Estados Unidos e Cuba é 150 quilômetros, e o serviço será oferecido a partir da Flórida, pela costa marítima da região de Miami. As relações entre Cuba e os Estados Unidos vêm sendo retomadas desde dezembro do ano passado, quando os presidentes Raúl Castro e Barack Obama anunciaram a retomada das relações diplomáticas, interrompidas por meio século.
Desde então, os governos têm tido reuniões sistemáticas e acertado detalhes sobre a reabertura das respectivas embaixadas em Havana e em Washington. Os dois presidentes também se encontraram em abril, durante a Cúpula das Américas, no Panamá. Outro passo importante foi o pedido de Obama para que Cuba seja retirada da lista dos países que contribuem para o terrorismo.
Cuba foi incluída na lista de estados financiadores de terrorismo em 1982, por apoiar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Além de Havana, configuram na classificação americana países como Irã, Sudão e Síria.
Hollande em Cuba
No dia 11 de maio, o presidente francês, François Hollande, desembarcou no Aeroporto Internacional de Havana, onde foi recebido pelo vice-ministro do Exterior cubano, Rogelio Sierra. Hollande é o primeiro presidente francês a visitar Havana desde a independência de Cuba.
Esta também e a primeira visita de um chefe de Estado Europeu ao país caribenho em quase 30 anos. O último líder europeu a ir a Cuba foi o primeiro-ministro espanhol Felipe González, em 1986.
– Chego a Cuba com muita emoção, porque é a primeira vez que um presidente da França visita Cuba – declarou Hollande numa mensagem ao povo cubano antes de pousar em Havana.
– Também é simbólico ser o primeiro chefe de Estado do Ocidente a participar da abertura à Cuba e acompanhar o país em sua transição – disse o líder francês, fazendo referência à recente retomada das relações diplomáticas entre Washington e Havana.
Hollande elogiou o presidente dos EUA, Barack Obama, pela aproximação com Cuba, afirmando que a decisão é fundamental para abrir o país latino-americano para o resto do mundo.
Cúpula das Américas
Durante sessão plenária da Cúpula das Américas, em abril, presidenta brasileira destaca iniciativa de Obama e Castro. No discurso, Dilma pede também fim do embargo e mais diálogo para resolver impasse com a Venezuela.
A presidenta Dilma Rousseff elogiou neste sábado o início do processo de reaproximação entre Cuba e Estados Unidos. Em seu discurso na sessão plenária da 7ª Cúpula das Américas, no Panamá, Dilma pediu o fim do embargo ao país latino-americano e defendeu o diálogo para acabar com o impasse entre EUA e Venezuela.
– Celebramos aqui agora a iniciativa corajosa dos presidentes Raul Castro e Barack Obama de restabelecer relações entre Cuba e Estados Unidos, de pôr fim a esse último vestígio da Guerra Fria na região – destacou Dilma, lembrando que o próximo passo é o fim do embargo que “vitima o povo cubano e enfraquece o sistema interamericano”, completou.

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