quinta-feira, 16 de abril de 2015

Parlamento Europeu classifica massacre de armênios em 1915 de genocídio

Por Adrian Croft e Ayla Jean Yackley
BRUXELAS/ISTAMBUL (Reuters) - O Parlamento Europeu apoiou uma moção nesta quarta-feira que classifica de genocídio o massacre de até 1,5 milhão de armênios ocorrido um século atrás por forças otomanas, dias depois de o papa Francisco usar o mesmo termo.
Embora a resolução tenha repetido uma linguagem adotada anteriormente pelo Parlamento em 1987, poderá criar tensões com a Turquia, cujo presidente, Recep Tayyip Erdogan, disse mesmo antes da votação acontecer que iria ignorar o resultado.
Após o resultado, o Ministério das Relações Exteriores turco acusou o Parlamento de tentar reescrever a história.
Muçulmana, a Turquia concorda que os cristãos armênios morreram em combates com soldados otomanos a partir de 15 de abril de 1915, quando um grande número de armênios vivia no império governado por Istambul, mas nega que isso equivalha a um genocídio.
A Armênia, alguns historiadores ocidentais e parlamentos estrangeiros se referem à matança coletiva como genocídio.
A maioria dos parlamentares europeus endossou a moção, afirmando que "os eventos trágicos que ocorreram entre 1915 e 1917 contra os armênios no território do Império Otomano representam um genocídio".
O chanceler da Armênia, Edward Nalbandian, comemorou a resolução como um moviumento que tem o objetivo de defender os direitos humanos.

"A resolução contém uma mensagem importante para que a Turquia use a celebração do centenário do genocídio armênio para entrar em acordo com o seu passado, reconhecer o genocídio armênio e, assim, abrir o caminho para uma verdadeira reconciliação entre os povos turco e armênio", ele disse em comunicado.

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