sábado, 4 de abril de 2015

Iranianos comemoram e Obama saúda acordo nuclear "histórico" com Teerã

Por Louis Charbonneau e Stephanie Nebehay
LAUSANNE, Suíça (Reuters) - Os iranianos comemoraram nas ruas a obtenção de um acordo nuclear preliminar que pode tirar o país do isolamento e que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saudou como um "entendimento histórico" com o antigo adversário.
Embora incerto, o acordo firmado na quinta-feira, depois de oito dias de conversas na Suíça, abre caminho para as negociações de um pacto que aplaque os temores ocidentais de que o Irã almeja construir uma bomba atômica e, em troca, leve à suspensão das sanções econômicas contra a República Islâmica.
Obama e o presidente iraniano, Hasan Rouhani, que assumiram riscos para abrir o diálogo, terão que convencer os conservadores céticos em seus respectivos países do acerto da medida.
Com muitos detalhes ainda no ar, a França pediu cautela com o otimismo excessivo nesta sexta-feira. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que tem trânsito com a oposição republicana dos EUA, expressou revolta com o pacto, que ele disse poder levar a uma proliferação e guerra nucleares no Oriente Médio.
"Não chegamos totalmente ao fim do caminho, o fim do caminho deve ser em junho", afirmou o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius. "Nada está assinado até tudo estar assinado, mas as coisas estão indo na direção certa", declarou à rádio francesa Europe 1.
O acordo preliminar depende da resolução da desavença de 12 anos até 30 de junho. Todas as sanções ao Irã permanecem até um acordo definitivo.
As comemorações irromperam na capital iraniana depois que o acordo preliminar foi obtido. Vídeos e fotos publicados nas mídias sociais mostraram carros buzinando em Teerã enquanto os passageiros aplaudiam. Em um vídeo postado no Facebook, é possível ouvir um grupo de mulheres aplaudindo e exclamando "obrigada, Rouhani".

Entre as seis potências envolvidas nas tratativas – Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e China – foi Paris quem adotou a postura mais rígida com Teerã. Fabius disse que a economia iraniana deve conseguir 150 bilhões de dólares com o alívio das sanções.

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