sexta-feira, 17 de abril de 2015

Argentina investiga mãe do promotor Nisman e contas nos EUA Mãe diz que encontrou em sua casa arma semelhante à que matou filho. Promotor que acusou Kirchner foi encontrado morto em janeiro.

A presidente Cristina Kirchner e promotor Alberto Nisman, que morreu em janeiro (Foto: Juan Mabromata/AFP)A presidente Cristina Kirchner e promotor Alberto Nisman, que morreu em janeiro (Foto: Juan Mabromata/AFP)
O governo da Argentina pede a investigação da mãe do procurador Alberto Nisman, encontrado morto em seu apartamento em 18 de janeiro.

Na terça-feira, a Justiça esteve na casa de Sara Garfunkel, mãe de Nisman, depois que ela declarou perante tribunal que encontrou em sua garagem uma arma registrada no nome do promotor que é semelhante à encontrada no local da morte.

Nisman investigava o atentado contra a associação mutual israelita Amia, que matou 85 pessoas em Buenos Aires em 1994. Ele foi encontrado morto com um disparo na cabeça, quatro dias após ter apresentado uma denúncia contra a presidente Cristina Kirchner e outros funcionários do governo, acusando-os de acobertar os acusados iranianos pelo atentado.
Garfunkel foi uma das primeiras pessoas a encontrar o corpo de Nisman com um disparo e chamou o serviço de emergência, relatando o acontecido."Se eu fosse promotor do caso, teria ordenado a detenção da mãe, há 80 dias, para ver o que aconteceu", disse nesta quinta-feira o chefe de Gabinete, Aníbal Fernández em coletiva de imprensa.
O chefe de Gabinete se perguntou "o que a pistola faz nas mãos da mãe, que não se sabe quantas horas esteve no apartamento? Havia uma carta suicida?".
Segundo informou a Justiça, Garfunkel esvaziou as caixas de segurança que seu filho tinha em bancos de Buenos Aires, pouco depois da sua morte e antes que a justiça pudessa verificar seu conteúdo.
Três meses depois da sua morte ainda não se pode estabelecer se foi suicídio ou crime, como denuncia sua ex-mulher, a juíza Sandra Arroyo Salgado. Uma junta médica deve determinar, no dia 27 de abril, o momento de sua morte, que também é uma divergência entre a promotoria e a família da vítima.
Contas no exterior
A justiça argentina pedirá relatórios aos Estados Unidos sobre uma conta bancária em Nova York movimentada por Nisman. Garfunkel tem uma conta no banco Merrill Lynch de Nova York, cuja titularidade compartilha a irmã do fiscal e o assistente de informática Diego Lagomarsino, imputado por ter lhe emprestado a arma de onde saiu o disparo que o matou. Nisman também podia movimentar essa conta.
"A princípio não está clara a forma como ele abriu a conta e tentamos determinar quais movimentos tiveram e se havia outras contas ou outro tipo de movimento bancário no exterior", explicou nesta quinta-feira (16) o juiz federal Rodolfo Canicoba Corral à Radio del Plata.

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