sexta-feira, 17 de abril de 2015

Guerra ambiental nos EUA A legislação de Obama interessa ao mundo Ler mais: http://visao.sapo.pt/guerra-ambiental-nos-eua=f816765#ixzz3XYP8Thvj

Começou nos Estados Unidos da América a guerra contra o programa de combate às alterações climáticas apresentado pela administração Obama no início de abril. Segundo conta a edição online do New York Times, esta semana a administração enfrenta o primeiro embate em tribunal, em dois casos apresentados à Justiça pelas duas maiores produtoras de carvão do país.
Os especialistas dividem-se sobre o facto de o tribunal vir ou não a aceitar os casos, pois a regulação a que as empresas se opõem ainda é apenas uma proposta, não tendo sido publicada. Ao abrigo do Clean Air Act, o documento propõe a substituição da produção elétrica com base no carvão pela produção elétrica com base em renováveis. Nos EUA, segundo dados do Banco Mundial, as emissões per capita de dióxido de carbono em 2010 eram de 17,6 toneladas por cada habitante, mais do que três vezes a média de 4,9 toneladas por habitante do planeta.
A defesa do programa ambiental de Barack está entregue a Brian Deese, um jurista de 37 anos que durante os primeiros anos da administração Obama fez parte da equipa que tratou do resgate da indústria automóvel do Midwest americano. O jornal descreve-o como um hipster da Costa Leste, que por vezes anda descalço pelo seu gabinete na Casa Branca. Mas também lhe sublinha a determinação e a capacidade para lidar com problemas nos quais não é especialista, abordando as questões ambientais não como um "ativista" mas como um "economista".
O sucesso da legislação ambiental nos Estados Unidos da América, sobretudo a que respeita à diminuição de emissões com efeito de estufa, é crucial não só para a América mas para todo o planeta. As sucessivas administrações republicanas e o ambientalismo envergonhado dos democratas paralisaram as iniciativas ambientais nos Estados Unidos da América. Ao contrário da Europa, que lidera nas políticas de promoção de energias alternativas, o gigante norte-americano vive ainda na Idade Média ambiental. Por exemplo, em 2014 apenas 14% da eletricidade consumida nos EUA proveio de fontes renováveis, enquanto em Portugal essa quota foi de 63%.
Os ambientalistas sabem que as causas ambientais difusas, de efeitos globais, são as mais difíceis de empreender. Quem pega no carro para ir ao supermercado do fim da rua ou deixa a luz da garagem ligada durante a noite dificilmente tem consciência do impacto dos seus atos no ambiente, a não ser que tal se reflita nas contas da energia. Mas nos EUA, a energia é barata: 3,8 litros de gasolina custam 2,5 dólares, o que dá 66 cêntimos de dólar por litro... Por essa razão, o desperdício não é penalizado. Um exemplo? Os carros norte-americanos têm, em média, maior cilindrada do que os europeus porque o combustível é muito mais barato e muito menos taxado do que do outro lado do Atlântico.
As causas ambientais também podem ser menos etéreas. Na edição online do DN de quarta-feira, 15, conta-se que o único rinoceronte branco macho em estado selvagem é protegido por um grupo de polícias armados até aos dentes. Já tem 40 anos e nele reside toda a esperança de reprodução das duas fêmeas que vivem junto dele, numa reserva do Quénia. Já lhe cortaram o chifre, que o torna alvo de caçadores ilegais que conseguem valores de 75 mil dólares por cada quilo deste marfim mitificado pela medicina tradicional chinesa. Uma campanha de angariação de fundos organizada pela reserva natural Ol Pejeta, com o objetivo de permitir treinar e equipar os responsáveis pela segurança do animal, já conseguiu angariar cerca de 37 mil euros. Talvez o rinoceronte se safe. Talvez procrie. Talvez prolonguemos entre nós, por mais uns meses ou anos, a presença de uma espécie animal que de outro modo desaparecerá para sempre.
À falta de um símbolo para o aquecimento global - apesar das tentativas de o associar aos glaciares em recessão ou aos ursos polares à deriva em blocos de gelo cada vez mais raros durante o verão austral - talvez a nossa esperança resida mesmo na capacidade de Obama e do seu assessor, Brian Deese...

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