O cientista político Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília, disse neste domingo (16) que a corrupção é algo do caráter e do espírito humano. Para ele, países que enfrentam bem a corrupção são os que têm regras claras, eficientes e rápidas para prevenir, apurar e condenar os seus corruptos.

“No nosso caso, o que nós temos, é uma cultura muito longa e muito grande de impunidade, de instrumentos falhos de controle e um processo de apuração de julgamento muito precário. Acho que ele [o mensalão] ter sido um marco (...), o fato é que ele aconteceu em 2005 e a pena só saiu em 2013”, afirmou.

Ainda de acordo com o especialista, as penas do julgamento do mensalão, como prisão domiciliar, mostrou que as nossas instituições não estão preparadas para julgar casos de corrupção.


Barreto explicou também que no caso do escândalo da Petrobras há um conjunto de pessoas importantes do PT, do PMDB e do PP. Com isso, se espera da presidente Dilma Rousseff um processo de isenção, não intervenção política, e que ela coloque as instituições para funcionar por meio de propostas que ela fez durante a última campanha presidencial.

“Lá no processo eleitoral, ela apontou cinco projetos de combate à corrupção que se vierem a ser aprovados serão muito importantes. Existe agora um momento que se ela não estiver envolvida, se ela não tiver conhecimento, que ela não apenas permita todas as condições institucionais para que tudo seja apurado como também apresente um pacote muito contundente de mudanças contra a corrupção”, avaliou.