Beltrame convoca polícias para discutir recentes ataques a PMs no RJ
Secretário disse que é preciso criar ações institucionais articuladas.
PM desmente que mortes estejam sendo por ordenadas facções.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, convocou reunião das polícias Civil e Militar para esta segunda-feira (1º) para articular ações de segurança contra os assassinatos de policiais no Rio. Nos últimos seis dias, cinco PMs e um cabo do Exército morreram em ataques em vários pontos do estado. Somente na noite na noite de sábado (29), três policias militares foram mortos, um em Rocha Miranda, no Subúrbio do Rio; um em Vilar dos Teles; e outro em Magé, na Baixada Fluminense.
"Amanhã [segunda] mesmo nós vamos ter uma reunião com a PM e com a Civil onde pretendemos articular algumas ações. Gostaria nesse momento de dizer que precisamos de ações institucionais articuladas. Precisamos do Legislativo, do Judiciário, do sistema prisional, nós precisamos de trabalho forte em fronteira. Nós precisamos de segurança primária. Nós precisamos de ações fortes com relação a menores", completou.
O secretário deu a declaração após participar de um evento no Maracanãzinho, Zona Norte do Rio, neste domingo (30), e disse que os indícios apontam para tentativas de assaltos.
"O que a gente tem a princípio foram tentativas de assalto, mas isso não interessa para nós. São policiais, são servidores do Estado. Nós vamos atrás dos autores desses episódios", disse.
Também neste domingo o relações públicas da Polícia Militar, coronel Claúdio Costa, disse em entrevista para a Globonews que não há relação entre as mortes dos policiais. Ele descartou a possibilidade de facções criminosas terem ordenado esses ataques.
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A Delegacia de Homicídios, que está investigando os casos, disse que aparentemente a mortes não teriam ligação e que a única proximidade entre os crimes seria quanto ao horário.
Três policiais militares foram mortos na noite de sábado. O primeiro crime ocorreu na Rua Lageado, em Rocha Miranda, no Subúrbio, por volta das 20h. O subtenente da PM Jorge Serrão, lotado no 21º BPM (São João de Meriti), estava na companhia do filho, próximo à sua residência, quando foi abordado por dois criminosos. O policial teria tentado reagir e acabou sendo morto. O filho não ficou ferido.
De acordo com informações do 9º BPM, o policial teria sofrido uma tentativa de assalto. Segundo a DH, foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias da morte do policial militar. Foi realizada perícia no local do crime e testemunhas estavam sendo ouvidas neste domingo. Equipes da delegacia estão em busca de câmeras de segurança que possam ajudar na identificação dos autores do crime.
O segundo caso ocorreu em Vilar dos Teles, distrito de São João de Meriti, Baixada Fluminense. Diego Santos de Oliveira, policial militar lotado na UPP do Morro do Turano, e seu irmão Diogo Santos de Oliveira, foram vítimas de uma tentativa de assalto na Estrada Santiago, próximo ao Morro das Pedrinhas.
O policial teria reagido e acabou baleado junto com o irmão. Os dois morreram no local. De acordo com informações do 21º BPM, bandidos teriam tentado levar a moto de Diogo, irmão do policial. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídio da Baixada Fluminense, que esteve no local para a realização de perícia.
Até as 7h45 deste domingo, os corpos do PM e do irmão estavam no Instituto Médico-Legal (IML) de Duque de Caxias.
O terceiro caso ocorreu no município de Magé, no bairro de Suruí. O subtenente identificado como Jorge Henrique Xavier, lotado no 16º BPM (Olaria), foi morto também no que seria uma tentativa de assalto. Segundo informações do batalhão de Magé, o crime ocorreu por volta das 21h na Rua São Nicolau. O caso também será investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
Outros casos
O cabo do Exército Michel Augusto Mikami, de 21 anos, morreu após ser baleado na cabeça enquanto fazia um patrulhamento no Conjunto de Favelas da Maré, Zona Norte do Rio, na sexta-feira (28). Esta foi a primeira morte de um militar das Forças Armadas desde o início do processo de pacificação, há seis anos. Ele foi enterrado no início da tarde deste domingo (30) no Cemitério Municipal de Vinhedo (SP) com honrarias fúnebres promovidas pelo Exército.
O cabo do Exército Michel Augusto Mikami, de 21 anos, morreu após ser baleado na cabeça enquanto fazia um patrulhamento no Conjunto de Favelas da Maré, Zona Norte do Rio, na sexta-feira (28). Esta foi a primeira morte de um militar das Forças Armadas desde o início do processo de pacificação, há seis anos. Ele foi enterrado no início da tarde deste domingo (30) no Cemitério Municipal de Vinhedo (SP) com honrarias fúnebres promovidas pelo Exército.
Na manhã de terça-feira (25), o soldado Ryan Procópio, 23 anos, da UPP Vila Kennedy foi encontrado morto e com sinais de tortura dentro de um carro perto da Avenida Brasil, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. De acordo com a polícia, ele foi torturado e morto com cinco tiros nas costas. O soldado estava de folga.
Na noite de terça-feira (25), dois PMs foram baleados próximo à Avenida Brasil, em Guadalupe, no Subúrbio, e um deles morreu ao ser atingido por um tiro na cabeça.
Os policiais foram baleados dentro do carro e os tiros atravessaram a lataria e o parabrisa. De acordo com a Polícia Militar, os soldados Anderson de Senna Freire e Bruno de Morais faziam patrulhamento de rotina em uma esquina da Avenida Brasil quando criminosos passaram em um carro e atiraram.
Os policiais foram baleados dentro do carro e os tiros atravessaram a lataria e o parabrisa. De acordo com a Polícia Militar, os soldados Anderson de Senna Freire e Bruno de Morais faziam patrulhamento de rotina em uma esquina da Avenida Brasil quando criminosos passaram em um carro e atiraram.
Na tarde de sexta-feira (28) um sargento do 12° BPM (Niterói) foi baleado no braço durante uma operação na Favela União, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Um outro policial, do 9º BPM (Praça Seca), foi atingido por estilhaços durante outra operação no Morro São José Operário, na Praça Seca, Zona Oeste.
Um policial civil identificado como Helson Waillant Canellas foi baleado na sexta-feira (28) no Humaitá, Zona Sul do Rio. O crime ocorreu por volta das 19h30 na Rua Humaitá, altura do número 56, próximo ao colégio Pedro II.
Um criminoso teria tentado assaltá-lo, ele reagiu, e três tiros foram disparados contra ele. Dois na barriga e um nas nádegas. Ele foi operado no Hospital Municipal Miguel Couto e passa bem
Neste domingo (30) policiais do Batalhão de Policiamento em Rodovias (BPRv) faziam patrulhamento na Rodovia Amaral Peixoto, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, quando criminosos efetuaram diversos disparos contra a viatura vindos da comunidade da Caixa D'Água. Segundo a assessoria da Polícia Militar, ninguém ficou ferido.
Por volta das 20h30 de sábado (29) uma equipe da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vidigal trafegava pela Linha Vermelha quando foi alvo de disparos vindos da comunidade Vila do João. O PMs revidaram e tiveram o auxílio dos agentes da Força de Pacificação.
Pezão defende penas mais severas
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, defendeu na quarta-feira (26) a punição mais severa para criminosos que matarem policiais, e fez críticas ao órgãos de defesa dos Direitos Humanos.
"Sofro muito, me solidarizo com as famílias desses policiais. Poucas vezes a gente vê os órgãos de direitos humanos se manifestarem quando morre um policial. Então, os nossos policiais que estão aí tentando levar a paz e a tranquilidade sendo assassinados, eu acho que merece muito também essa solidariedade das comissões, são ONGs e das pessoas que gostam muito de criticar os policiais. A gente tem que discutir dentro do Congresso Nacional o que a gente quer na política de segurança pública. Acho que a gente precisa de penas mais severas. Tinha discutido já em abril a pena mais severa para quem matar o policial", disse.
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, defendeu na quarta-feira (26) a punição mais severa para criminosos que matarem policiais, e fez críticas ao órgãos de defesa dos Direitos Humanos.
"Sofro muito, me solidarizo com as famílias desses policiais. Poucas vezes a gente vê os órgãos de direitos humanos se manifestarem quando morre um policial. Então, os nossos policiais que estão aí tentando levar a paz e a tranquilidade sendo assassinados, eu acho que merece muito também essa solidariedade das comissões, são ONGs e das pessoas que gostam muito de criticar os policiais. A gente tem que discutir dentro do Congresso Nacional o que a gente quer na política de segurança pública. Acho que a gente precisa de penas mais severas. Tinha discutido já em abril a pena mais severa para quem matar o policial", disse.
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