Três policiais militares de folga são mortos no Rio
Secretário afirma que não há evidências de que os crimes têm ligação entre si
Policial Militar durante ocupação da favela Vila Kennedy para futura instalação de uma UPP, no Rio de Janeiro (Ricardo Morares/Reuters/VEJA)
Mais três policiais militares foram mortos na noite deste sábado no Rio de Janeiro, em crimes, ao menos inicialmente, sem ligação entre si, de acordo com a Secretaria Estadual de Segurança. Os três estavam de folga e teriam sido vítimas de tentativas de assalto em Rocha Miranda, na zona norte do Rio, e em São João de Meriti e Magé, cidades da Baixada Fluminense. Com as mortes, chegou a cinco o número de PMs mortos em menos de uma semana e a 105 o total desde o início do ano.
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O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, convocou para este domingo uma reunião com as polícias Civil e Militar. "O que temos a princípio é que foram tentativas de assalto, mas isso não interessa para nós. São policiais, servidores do Estado, e nós vamos atrás dos autores. Teremos uma reunião com as polícias e pretendemos articular algumas ações. Mas precisamos de ações institucionais articuladas. Precisamos do Legislativo, Judiciário, do sistema prisional, de um trabalho forte nas fronteiras, de segurança primária e ações fortes com relação a menores", disse Beltrame.
Segundo a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria, não há informações de que existam ordens oriundas de presídios para ataques a PMs ou de que os casos ocorridos nos possuam relação entre si. Militares e parentes organizam passeata em defesa da vida dos PMs em 14 de dezembro, em Copacabana.
No tiroteio de São João de Meriti, morreram o soldado Diego Santos de Oliveira, de 25 anos, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do morro do Turano, na zona norte, e seu irmão, Diogo, de 27.
O caso é investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil na Baixada Fluminense, que apura ainda a morte do subtenente Jorge Henrique Xavier, assassinado próximo de casa também no que seria tentativa de assalto. O corpo dele foi alvejado por pelo menos dezessete disparos.
O outro PM morto é o subtenente Jorge da Costa Serrão. Lotado no 21º BPM, ele teria reagido a um assalto. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil na capital. Além dos cinco PMs mortos em menos de uma semana, um policial civil foi assassinado após suposta tentativa de assalto na noite de sexta-feira, no Humaitá, na zona sul.
Exército. O corpo do cabo Michel Augusto Mikami, de 21 anos, que trabalhava na Força de Pacificação do complexo de favelas da Maré (zona norte), e morreu na sexta-feira ao ser baleado na cabeça em tiroteio com criminosos, foi enterrado ontem em Vinhedo (SP). Na madrugada de sábado, menos de 48 horas após a morte do militar, um homem apontado pelas Forças Armadas como suspeito foi baleado em tiroteio na Maré.
O Exército não confirmou a ligação entre o homem (levado ao hospital e preso sob custódia) e a morte de Mikami, a primeira de um militar das Forças Armadas desde o início do processo de pacificação das favelas cariocas.
Um inquérito policial militar foi aberto pelo Exército para apurar a morte de Mikami. Segundo as primeiras investigações, os responsáveis pelo crime seriam traficantes do grupo de Thiago da Silva Folly, o TH, um dos chefes da venda de drogas na Maré. Ele integra facção criminosa Terceiro Comando Puro.
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