sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Atentado em mesquita agrava semana sangrenta na Nigéria

28 de novembro de 2014 • 20h11

Atentado em mesquita agrava semana sangrenta na Nigéria

Um atentado contra uma importante mesquita de Kano, no norte da Nigéria e muito próxima ao palácio do emir da cidade, deixou dezenas de mortos em uma das semanas mais sangrentas do grupo jihadista Boko Haram.
Segundo o chefe da polícia do distrito, Samuel Lemu, o número de vítimas é de 35 mortos e aproximadamente 150 feridos, todos atingidos pelas três explosões que ocorreram no interior da mesquita central de Kano, capital do estado homônimo.
No entanto, o número de mortos ainda pode superar os cem ou inclusive chegar a 300, de acordo com as declarações de diversas testemunhas à imprensa local.
As bombas explodiram por volta das 14h (horário local, 11h em Brasília), antes de o imã chefe da mesquita, Sani Zahradeen, começar as orações de sexta-feira, em um momento em que o templo estava muito movimentado por ser o dia sagrado dos muçulmanos.
Em relatos aos jornais "Premium Times" e "Leadership", algumas testemunhas disseram que havia tanta gente no interior do templo quando ocorreram as explosões que mais de cem pessoas poderiam morrer.
Após as explosões, vários homens armados invadiram o templo e abriram fogo contra os fiéis que fugiam.
Centenas de jovens que foram às ruas para protestar contra o incidente enfrentaram a polícia e depredaram propriedades governamentais.
Os rumores sobre a possível morte do emir de Kano, Sanusi Lamido Sanusi, um dos mais influentes da Nigéria, foram desmentidos horas depois com a notícia que ele estava em Meca, na Arábia Saudita, confirmaram à Agência Efe fontes ligadas ao líder religioso.
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Recentemente, o emir convocou seus fiéis para se defender contra os jihadistas do Boko Haram, que já efetuaram diversos atentados em na cidade e disseminam o terror pelo norte da Nigéria.
Embora a autoria do ataque ainda tenha sido assumida por nenhum grupo terrorista, as suspeitas recaem sobre o Boko Haram.
Kano sofre com frequência ataques do Boko Haram, que supostamente atacou a cidade pela última vez no dia 14 de novembro, quando um terrorista suicida provocou um atentado contra um posto de gasolina e causou a morte de seis pessoas.
Os líderes religiosos também estiveram na mira da seita radical islâmica, que ameaçou o emir anterior de Kano, Alhaji Ado Bayero, cujo comboio foi atacado em janeiro de 2013.
Com o atentado desta sexta-feira, os extremistas poderiam ter duplicado o número de mortes que causaram ao longo da semana no norte da Nigéria, onde efetuaram ataques que deixaram pelo menos 120 mortos.
Os jihadistas iniciaram os atos violentos no início desta semana nas localidades de Damasak e Ashigarchi, muito próximas à fronteira com Níger, onde homens armados mataram pelo menos 50 pessoas.
Dias depois, 35 pessoas morreram em um duplo atentado suicida em um mercado popular de Maiduguri, no estado de Borno. Também houve mortes na quinta-feira, quando uma bomba explodiu em uma movimentada estrada do estado de Adamawa.
O grupo terrorista, que mantém mais de 200 meninas sequestradas desde abril, assassinou 12 mil pessoas nos últimos cinco anos, 3.000 delas só em 2014, segundo as autoridades nigerianas.
O governo da Nigéria anunciou em outubro que havia chegado a um acordo de paz com o Boko Haram, pacto que também incluía a libertação das menores capturadas.
No entanto, os atos de violência nunca pararam, por mais que o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan - que já prepara as eleições gerais de fevereiro -, continue a afirmar que mantém as negocições com os terroristas.

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