sábado, 29 de novembro de 2014

Brasil cresce só 0,1% no 3º tri com gastos públicos e quadro é de estagnação

Brasil cresce só 0,1% no 3º tri com gastos públicos e quadro é de estagnação

sexta-feira, 28 de novembro de 2014 20:53 BRST
 
Por Rodrigo Viga Gaier e Patrícia Duarte
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - Puxada pelos gastos públicos, a economia brasileira saiu da recessão técnica no terceiro trimestre com um crescimento mínimo que mostra estagnação e dificuldade de recuperação mais consistente da atividade num momento em que o governo já indicou mais austeridade fiscal.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu apenas 0,1 por cento no terceiro trimestre de 2014, na comparação com os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Mesmo tendo ficado praticamente estagnado, o país saiu da recessão técnica --dois trimestres seguidos de contração-- que havia entrado no semestre passado pela primeira vez desde a crise internacional de 2008/09. Em relação ao terceiro trimestre de 2013, o PIB brasileiro registrou queda de 0,2 por cento.
A mediana de previsões de analistas consultados pela Reuters apontava para crescimento trimestral de 0,3 por cento e contração de 0,1 por cento na comparação anual.
"A questão é o que o Brasil está saindo mancando, e não saltando, da recessão. O crescimento trimestral mostra o tamanho do desafio da nova equipe econômica. Boa parte do crescimento veio de gastos do governo, que não vão continuar", afirmou o economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, Neal Shearing.
Segundo o IBGE, o consumo do governo cresceu 1,3 por cento no trimestre passado sobre o período imediatamente anterior, o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2013, quando a expansão havia sido de 1,5 por cento. Sobre o terceiro trimestre do ano passado, avançou 1,9 por cento agora.
Esse desempenho, no entanto, parece estar com os dias contados, diante da formação da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, com perfil mais ortodoxo e discurso de mais rigor fiscal, com corte de despesas.
Na véspera, foi confirmado que Joaquim Levy assumirá o Ministério da Fazenda, enquanto Nelson Barbosa vai para o comando do Planejamento. Alexandre Tombini, que iniciou mais um ciclo de aperto monetário recentemente, continua à frente do Banco Central. 

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