terça-feira, 20 de março de 2018

Governo adia inauguração de Penitenciária Federal construída no DF



Cerimônia estava marcada para esta terça (20/3). Segundo servidores, unidade seria aberta sem efetivo e sem previsão de receber detentos




Depen/Divulgação

Ian Ferraz


Após mais de três anos de atraso, a 5ª Penitenciária Federal, construída em Brasília, segue cercada por polêmicas. Nesta terça-feira (20/3), estava prevista a inauguração da unidade. Mas o ato, que contaria com a presença do ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, do titular da Justiça, Torquato Jardim, e do diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Carlos Felipe Alencastro de Carvalho, foi cancelado na véspera.
Servidores e sindicalistas ligados ao setor prometeram protesto durante a cerimônia. Para eles, a abertura da unidade era de “fachada”, uma vez que a penitenciária não teria condições mínimas de funcionar e não receberia detentos. Em comunicado assinado por Jungmann e Carvalho, foi informado o adiamento, ainda sem nova data da inauguração.





Em grupos de WhatsApp, no entanto, os servidores comentaram o real motivo da suspensão: a falta de capacidade de colocar a 5ª Penitenciária Federal, construída na área do Complexo Penitenciário da Papuda, em operação. Na mensagem, “DG” se refere ao diretor-geral do Depen.



WhatsApp/Reprodução


De acordo com os organizadores do protesto, o Depen está com defasagem de 400 servidores, o que compromete a segurança nas unidades prisionais administradas pelo departamento.
Ao menos 50 aprovados no concurso de 2015 – entre agentes, especialistas e técnicos de execução penal – disseram que iriam à solenidade de inauguração para cobrar as nomeações. A ideia era levar carro de som e fogos de artifício para constranger as autoridades.
Embora tenham desistido da manifestação em frente à penitenciária, o grupo organizou outra para as 13h30, na sede do Depen, no Setor Comercial Norte.
Antes de a inauguração ser cancelada, o presidente do Sindicato dos Agentes de Execução Penal do Distrito Federal (Sindapef-DF), Euclenes Pereira, criticou o evento do governo federal na unidade construída especialmente para receber presos considerados de “alta periculosidade”, com risco à segurança e ordem pública.
É apenas um ato político, sem o recebimento efetivo de presos. O espaço necessita de aparelhamento, contratos de alimentação, lavanderia e limpeza. Tudo isso está em andamento e não há previsão de que seja feito agora"
Euclenes Pereira, presidente do Sindapef-DF

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