quinta-feira, 29 de março de 2018

Coronel Lima, amigo de Temer, passa mal durante prisão



Segundo as investigações, o militar teria recebido R$ 1 milhão da JBS que seriam destinados ao presidente



Reprodução/TV Globo

Maria Eugênia


Apontado como um dos intermediários de propina que supostamente seria paga ao presidente Michel Temer (MDB) no caso do Decreto de Portos, o coronel da PM aposentado João Batista Lima passou mal durante a prisão e acabou sendo levado para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde vai passar por exames.
Ele é um dos alvos da Operação Skala, deflagrada nesta quinta-feira (29/3) e autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que apura se decreto presidencial promulgado em 2017 favoreceu empreiteiras e empresas do setor de portos em troca de propina.
No momento da prisão, o militar da reserva teve um pico de glicemia e pressão alta. Ele saiu de casa em uma cadeira de rodas e foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o hospital. A Polícia Federal aguarda a estabilização do quadro para decidir como, quando e onde vai ouvir o coronel.


Segundo a PF, o Coronel Lima, 74 anos, está sendo intimado a depor nos últimos oito meses no inquérito que investiga suposto favorecimento a empresas beneficiadas pelo Decreto dos Portos em troca de propina. Porém, tem conseguido se livrar de prestar esclarecimentos alegando problemas de saúde.
Ligado ao presidente desde quando o emedebista exerceu o cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo, nos anos 1980 e 1990, o militar teria recebido R$ 1 milhão da JBS, que seriam destinados a Michel Temer.
Também foram presos o advogado José Yunes, ex-assessor e amigo pessoal de Temer; o empresário Antônio Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar; e o ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, Wagner Rossi.
Decreto
Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que o Decreto dos Portos abriu brecha para que o governo federal beneficiasse empresas com contratos mais antigos e que ainda não foram regulamentados. Entre elas, estaria a Rodrimar. Além disso, o texto amplia de 50 para 70 anos o tempo das concessões portuárias.
A Rodrimar explora três áreas no Porto de Santos, em São Paulo, mantidas por liminares da Justiça.


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