segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Justiça decreta bloqueio de bens de mulher de Sérgio Cabral




Decisão do juiz Marcelo Brêtas aconteceu na tarde desta segunda (28). Investigações mostram que Adriana Ancelmo lavou dinheiro de propina ganho pelo ex-governador.



Adriana Ancelmo e Cabral; MPF suspeita de compras feitas após ex-governador deixar o cargo (Foto: Vera Donato/Estadão Conteúdo)
Adriana Ancelmo e Cabral; MPF suspeita de compras feitas após ex-governador deixar o cargo (Foto: Vera Donato/Estadão Conteúdo)

O juíz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio bloqueou, nesta segunda (28), os bens imóveis em nome da mulher de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, e de seu escritório Ancelmo Advogados. O magistrado atendeu pedido do Ministério Público Federal (MPF) que considerou que a ex-primeira-dama do Rio atuou na lavagem de dinheiro obtido com propinas pagas ao ex-governador.
"Os laços familiares e de intimidade com os demais investigados são inegáveis, além do que, as apurações preliminares revelaram que Adriana Ancelmo praticou diversos atos que, aparentemente, representam evidências de sua participação na lavagem e na ocultação da origem ilícita de proveitos decorrentes da corrupção supostamente praticada por seu marido, o também investigado Sérgio Cabral", explicou o MPF em seu pedido.
Para o juiz Marcelo Brêtas, os bloqueios garantem efetividade em caso de condenação de integrantes da quadrilha. O magistrado determinou ainda um levantamento nos cartórios de imóveis onde há bens em nome de outros investigados da quadrilha.
"Com o aprofundamento das investigações, foi identificada a participação mais efetiva da investigada Adriana Ancelmo na atividade da suposta organização criminosa. Motivo pelo qual, tornou-se medida necessária a decretação do bloqueio de seus bens imóveis, em especial no que diz respeito à aquisição de grande quantidade de joias de altíssimo valor, normalmente em dinheiro vivo, pela própria investigada ou por interpostas pessoas, nas principais joalherias do Rio de Janeiro"
O magistrado ainda determinou que se verifique se já foi bloqueado os bens das empresas Alambique Fazenda 3 Irmãos, Flipper Technology , Nitdados Serviços Contábeis e Gracielly Maria da Silva Serviço de Telecomunicações, que pertenceriam a integrantes da quadrilha.
Adriana Ancelmo tem, de acordo com o MPF, atuação ativa na quadrilha investigada na operação Calicute e que levou à prisão Sérgio Cabral. De acordo com as investigações, após Cabral deixar o governo do RJ, em abril de 2014, a ex-primeira dama investiu pouco mais de meio milhão na reforma da cozinha e instalação de eletrodomésticos do apartamento do casal, no Leblon, Zona Sul do Rio, além de compra de móveis para o escritório de advocacia no Centro da cidade.
O que os procuradores e os policiais federais tentam agora é saber quanto o casal gastou com a compra de joias. Para eles, essa seria uma forma de se lavar o dinheiro obtido com o pagamento de propinas.
Os investigadores descobriram que Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo podem ter gasto R$ 7 milhões na compra de joias. Um anel teria custado R$ 600 mil. A revelação foi feita no Fantástico. Todos os produtos foram pagos em dinheiro. Não há notas fiscais sobre essas compras. O G1 procurou pelos advogados de Adriana Ancelmo. Os defensores da ex-primeira-dama não atenderam as ligações ou retornaram os contatos.
Investigações mostram que Sérgio Cabral e a mulher compraram quase R$ 7 milhões em joias




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