Decisão do juiz Marcelo Brêtas aconteceu na tarde desta segunda (28). Investigações mostram que Adriana Ancelmo lavou dinheiro de propina ganho pelo ex-governador.
Adriana Ancelmo e Cabral; MPF suspeita de compras feitas após ex-governador deixar o cargo (Foto: Vera Donato/Estadão Conteúdo)
O juíz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio bloqueou, nesta segunda (28), os bens imóveis em nome da mulher de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, e de seu escritório Ancelmo Advogados. O magistrado atendeu pedido do Ministério Público Federal (MPF) que considerou que a ex-primeira-dama do Rio atuou na lavagem de dinheiro obtido com propinas pagas ao ex-governador.
"Os laços familiares e de intimidade com os demais investigados são inegáveis, além do que, as apurações preliminares revelaram que Adriana Ancelmo praticou diversos atos que, aparentemente, representam evidências de sua participação na lavagem e na ocultação da origem ilícita de proveitos decorrentes da corrupção supostamente praticada por seu marido, o também investigado Sérgio Cabral", explicou o MPF em seu pedido.
Para o juiz Marcelo Brêtas, os bloqueios garantem efetividade em caso de condenação de integrantes da quadrilha. O magistrado determinou ainda um levantamento nos cartórios de imóveis onde há bens em nome de outros investigados da quadrilha.
"Com o aprofundamento das investigações, foi identificada a participação mais efetiva da investigada Adriana Ancelmo na atividade da suposta organização criminosa. Motivo pelo qual, tornou-se medida necessária a decretação do bloqueio de seus bens imóveis, em especial no que diz respeito à aquisição de grande quantidade de joias de altíssimo valor, normalmente em dinheiro vivo, pela própria investigada ou por interpostas pessoas, nas principais joalherias do Rio de Janeiro"
O magistrado ainda determinou que se verifique se já foi bloqueado os bens das empresas Alambique Fazenda 3 Irmãos, Flipper Technology , Nitdados Serviços Contábeis e Gracielly Maria da Silva Serviço de Telecomunicações, que pertenceriam a integrantes da quadrilha.
Adriana Ancelmo tem, de acordo com o MPF, atuação ativa na quadrilha investigada na operação Calicute e que levou à prisão Sérgio Cabral. De acordo com as investigações, após Cabral deixar o governo do RJ, em abril de 2014, a ex-primeira dama investiu pouco mais de meio milhão na reforma da cozinha e instalação de eletrodomésticos do apartamento do casal, no Leblon, Zona Sul do Rio, além de compra de móveis para o escritório de advocacia no Centro da cidade.
O que os procuradores e os policiais federais tentam agora é saber quanto o casal gastou com a compra de joias. Para eles, essa seria uma forma de se lavar o dinheiro obtido com o pagamento de propinas.
Os investigadores descobriram que Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo podem ter gasto R$ 7 milhões na compra de joias. Um anel teria custado R$ 600 mil. A revelação foi feita no Fantástico. Todos os produtos foram pagos em dinheiro. Não há notas fiscais sobre essas compras. O G1 procurou pelos advogados de Adriana Ancelmo. Os defensores da ex-primeira-dama não atenderam as ligações ou retornaram os contatos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário